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Crise econômica reduz empregos temporários de Natal no comércio

Jackeline Johnson busca uma vaga de trabalho há dois meses, mas sem sucesso. | Antônio More/Gazeta do Povo
Jackeline Johnson busca uma vaga de trabalho há dois meses, mas sem sucesso. (Foto: Antônio More/Gazeta do Povo)

Quem procura um trabalho temporário neste fim de ano deve enfrentar dificuldades por causa do cenário desfavorável da economia brasileira. Levantamento da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Paraná (Fecomércio) revela que 72,7% dos comerciantes paranaenses não pretendem reforçar o quadro de pessoal no último trimestre do ano, época em que tradicionalmente ocorre a contratação de mão de obra para o Natal.

Pela primeira vez desde 2009, a expectativa da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) para demanda sazonal por emprego aponta para uma retração: -2,3% em relação a 2014. “A indústria deveria ter iniciado a contratação de temporários no fim de agosto até setembro, mas nada aconteceu. Agora o comércio irá repetir o que ocorreu com a indústria”, afirma Marcos Abreu, presidente da Employer e diretor jurídico da Associação Brasileira do Trabalho Temporário (Asserttem).

A tendência de retração de vagas temporárias no fim de ano será liderada pelo ramo de móveis e eletrodomésticos (-10,5%), seguido por livrarias e papelarias (-5,0%) e vestuário e acessórios (- 4,9%). Ainda assim, lojas de roupas, supermercados e comércios de artigos de uso pessoal e doméstico devem responder por oito em cada dez trabalhadores temporários contratados para o Natal, segundo a CNC.

A Via Varejo, que reúne as redes Casas Bahia e Ponto Frio, informou que está dimensionada para atender a demanda de fim de ano. Segundo o comunicado, a empresa não avalia ser necessária a contratação de temporários neste momento. Ao todo, as duas redes somam pouco mais de 1.000 lojas em todo o Brasil e empregam cerca de 61 mil trabalhadores.

Há dois meses a procura de um trabalho temporário, Jackeline Johnson, de 28 anos, diz que as vagas em Curitiba estão mais escassas e que sentiu a concorrência aumentar. “As vagas que estão sendo ofertadas dão prioridade a pessoas com mais experiência ou mais estudo. Estou atrás do que aparecer porque não dá para ficar sem dinheiro e trabalho no fim do ano”, conta ela, que tem ensino médio completo. Antes, Jackeline trabalhava como recepcionista e auxiliar financeiro em uma empresa de comércio exterior que faliu.

A indústria deveria ter iniciado a contratação de temporários no fim de agosto até setembro, mas nada aconteceu. Agora o comércio irá repetir o que ocorreu com a indústria.

Marcos Abreu, presidente da Employer e diretor jurídico da Asserttem.

Além das conhecidas vagas no comércio, outros segmentos empresariais também são opções na hora de buscar trabalho temporário nesta época do ano. A paranaense JRD Logística de Marketing, especializada em logística de marketing promocional, por exemplo, pretende expandir seu quadro de pessoal em 12% ao contratar seis pessoas agora no mês de outubro, com contrato de 90 dias.

“Final de ano é quando temos a maior demanda no setor por conta das campanhas de natal e o início das de verão. Este ano está realmente mais complicado, mas buscamos nos diferenciar criando novos serviços. Graças ao aumento de 10% na demanda de serviços conseguimos contratar esses trabalhadores temporários”, afirma Daniel Paschoal, diretor administrativo da companhia.

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