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Crise eleva rotatividade de lojas em shoppings do país

Rotatividade de operações nos centros de compras chegou a 12% este ano, contra a média histórica de 4% nos últimos anos. | Aniele Nascimento/Gazeta do Povo
Rotatividade de operações nos centros de compras chegou a 12% este ano, contra a média histórica de 4% nos últimos anos. (Foto: Aniele Nascimento/Gazeta do Povo)

Observar tapumes nos corredores tem sido mais comum aos frequentadores de shoppings neste ano. Dados da Associação Brasileira de Lojistas de Shopping Center (Alshop) indicam que a rotatividade das operações nos centros de compras chegou a 12% este ano, contra a média histórica de 4% nos últimos anos. A informação foi divulgada pelo presidente da entidade, Nabyl Sahyom, em reunião de outubro do Conselho de Varejo da Associação Comercial de São Paulo.

Empresas menores são as que primeiro sofrem o efeito perverso da combinação de queda de faturamento e alta dos custos operacionais. Mas há também mudanças estratégicas em grandes redes varejistas, que ajustaram suas operações nos empreendimentos. O resultado é um esforço maior da gestão administrativa dos shoppings em reduzir o impacto dos custos e renegociar contratos para manter ou atrair empreendedores.

Para o consultor Luiz Alberto Marinho, sócio-diretor da GS&BW, especializada em varejo, a crise tem papel protagonista na troca de lojas nos shoppings, mas não está sozinha. O pequeno empresário tem menos fôlego para fazer a travessia de tempos turbulentos. Mas o movimento inclui decisões estratégicas de varejistas e dos próprios shoppings. “As grandes redes estão redimensionando suas operações, definindo presença de marca conforme perfil do consumidor, não apenas na rentabilidade das suas unidades. Por outro lado, os shoppings também têm reduzido sua dependência de grandes âncoras e revitalizando o mix”, observa.

A entrada de novos players no segmento de confecções, por exemplo, tem forçado o reposicionamento dos grandes magazines para atender o chamado fast fashion. O mercado brasileiro também atraiu marcas internacionais em outros setores, sinalizando um potencial de consumo saudável no país. Mas Marinho lembra que a retração da economia também muda o comportamento de quem compra. De acordo com o especialista, o consumidor dá mais valor ao dinheiro e acaba testando outras marcas. “Vai sair ganhando quem tiver fôlego para se manter depois da crise. Por isso os ajustes são importantes agora”, diz.

Outro fator que alterou a característica das lojas de shopping é a entrada da indústria no varejo, com abertura de lojas de marca própria em pontos estratégicos. “São lojistas de maior fôlego, que depuram melhor o mix”, diz.

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