A ascensão social da classe média no Brasil observada nos últimos anos foi interrompida em 2009 pela crise financeira internacional, segundo um estudo da Fundação Getúlio Vargas (FGV).
O levantamento divulgado nessa quarta-feira (10) apontou que, em dezembro do ano passado, a classe C (famílias com renda de 1.115 a 4.807 reais) reunia 53,58 por cento dos brasileiros, ante 53,81 por cento no final de 2008.
O resultado observado em dezembro de 2008 havia sido o maior da série histórica da FGV.
"A crise impediu que a classe média crescesse mais. 2009 não foi o ano da classe C. Ela se estabilizou, mas está voltando a crescer", afirmou o coordenador da pesquisa, o economista Marcelo Neri.
Ele ponderou que, desde 2003, a classe média foi a que mais ascendeu socialmente. Desde então, o avanço dessa classe social foi de 26 por cento, com a incorporação de 32 milhões de pessoas.
"A classe C deu uma parada. É um mau resultado quando comparado com os cinco anos anteriores, mas bom ao se comparar com os demais países", frisou Neri, que espera uma retomada da classe média em 2010.
A projeção da FGV é de que até 2014 o mercado possa incorporar mais 36 milhões de pessoas nas classe ABC.
Neri observou que a classe AB (renda familiar acima de 4.808 reais) foi o destaque em meio à crise, com crescimento de 2 por cento em relação a dezembro de 2008. No final de 2009, representava 15,63 por cento do total.
A classe D (famílias com renda de 805 a 1.114 reais) representava 13,37 por cento da população. Na comparação com igual mês em 2008, houve avanço de 1,4 por cento.
Já a classe E (renda familiar de até 804 reais) caiu 1,5 por cento em relação a dezembro de 2008. A classe de renda mais baixa da pesquisa reunia 17,42 por cento da população brasileira.
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