O problema de dívida da Grécia obscurecia todos os mercados financeiros nesta quarta-feira, derrubando as bolsas de valores e levando o euro à mínima em um ano ante o dólar.
Um dia após a agência de risco Standard & Poor's reduzir a avaliação da dívida grega para "junk", o rendimento do bônus da Grécia de 2 anos foi acima de 22 por cento, o rendimento do título de 10 anos superou 900 pontos-básicos sobre os papeis alemães, e a comissão de mercados de capitais local suspendeu a venda a descoberto de ações.
"As chances de uma moratória da Grécia estão aumentando, não dia a dia, mas hora a hora. O FMI (Fundo Monetário Internacional) e os governos europeus não aparecem com algo logo, então eu vejo o mercado caindo mais bastante rapidamente", disse Koen De Leus, economista do KBC Securities.
"Os investidores estão começando a reagir emocionalmente. No atual ambiente, é muito difícil se impressionar com lucros melhores que o esperado."
O índice MSCI de bolsas de valores mundiais caía 1,15 por cento, depois de perder mais de 2 por cento na véspera. O indicador de ações dos mercados emergentes recuava 1,7 por cento.
As bolsas europeias atingiram a mínima em cinco semanas pela manhã, para depois recuarem 1,37 por cento, segundo o índice FTSEurofirst 300.
A crise levou o membro do conselho do Banco Central Europeu (BCE), Juergen Stark, a pedir uma ação dos governos europeus.
"O ônus agora é dos governos para assegurarem que a crise que inicialmente afetou o setor financeiro e em seguida a economia real, não leve a uma crise de dívida soberana", afirmou ele.
O euro atingiu o menor patamar em um ano ante o dólar durante o pregão asiático. Pouco depois, era cotado a 1,3190 dólar.
"É tudo por conta das reduções (de avaliação pela S&P) da Grécia e de Portugal. Sem uma solução para os problemas internos europeus, a tendência de queda do euro continuará", disse Dag Muller, estrategista do SEB.