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Crise internacional favorece alta do ouro

Barras de ouro à venda em joalheira da China: mercado internacional agitado | AFP
Barras de ouro à venda em joalheira da China: mercado internacional agitado (Foto: AFP)
Confira a evolução dos preços do ouro na BM&F desde o ínicio de 2008 |

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Confira a evolução dos preços do ouro na BM&F desde o ínicio de 2008

Primeiro foi a crise das hipotecas, nos Estados Unidos. Depois, os problemas fiscais na União Europeia, que levaram a Grécia a pedir ajuda internacional.Agora é a vez de a Irlanda receber um empréstimo de emergência de outros países europeus e do Fundo Monetário Internacional. A cada nova notícia de crise no mercado internacional o mercado de ouro agita-se mais um pouco. Desde a quebra do banco americano Lehman Brothers – evento que marcou o início da fase mais aguda da crise – em 15 de setembro de 2008, o preço do grama já subiu 92% na BM&F.

São essas notícias de crise que fazem com que, mesmo com a grande valorização acumulada no ano e com o preço no maior patamar histórico, o ouro se mantenha como uma boa opção de investimento em 2011. "Historicamente, o ouro sobe em todo período de crise. Quando existem crises, os aplicadores saem da Bolsa e aplicam em ativos seguros, como o ouro", opina Mauriciano Cavalcante, sócio da corretora Ouro Minas. Fora do Brasil, a perspectiva de uma crise cambial em países desenvolvidos é vista como uma das razões para a escalada nos preços. William Felix Browder, presidente da Hermitage Capital Management, gestora que é um dos principais investidores estrangeiros na Rússia, observa que os Estados Unidos e os países da zona do euro tendem a entrar numa fase de inflação alta e crescimento nulo. Nesse ambiente em que os bancos centrais estão imprimindo dinheiro sem base, diz ele, "você precisa ser dono de coisas que não podem ser impressas". E que coisas seriam essas? Browder admite que seus fundos têm investido muito em ouro.

A tradição e confiabilidade do ouro é um alívio para os investidores em momentos como esse. "Em um cenário econômico deteriorado, as pessoas buscam commodities. Estamos vivendo uma quebra de paradigma, já que o dólar deixou de ser reserva de valor. O ouro é um porto seguro", explica Marcelo Xandó, diretor da Verax Serviços Financeiros.

Conservador

Segundo especialistas, apesar de essa "corrida pelo ouro" trazer ao mercado forte especulação, isso não invalida o caráter conservador da aplicação. "É um investimento seguro, para longo prazo. Tem volatilidade, mas, em um horizonte mais longo, os fatores de flutuação de preço são aliviados", diz Xandó.

Mesmo com a grande valorização, a aplicação em ouro ainda não se popularizou no Brasil. Grandes investidores ainda dominam as transações da commodity e a usam como diversificação de seu portfólio de investimentos. O mercado de bolsa, de maior liquidez, exige investimento em 250 gramas de ouro – perto de R$ 22.500, o que afugenta os pequenos investidores. Já o mercado de balcão, cuja aplicação mínima é menor, pode não trazer retorno se a quantidade comprada for muito pequena. "O ouro ainda tem um valor elevado, e é um mercado elitizado'', diz Cavalcante.

O professor de finanças do Ibmec-RJ Gilberto Braga também alerta para os custos cobrados pelas corretoras. "Há uma variação muito grande. O investidor tem de pesquisar e combinar custo e credibilidade do intermediário. O grande sofre menos, já que consegue condição diferenciada."

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