A agência de classificação de risco Moodys sinalizou ontem que não só os bancos europeus estão frágeis por conta da recuperação lenta da economia e da crise na dívida dos países da zona do euro. A agência de classificação de risco rebaixou a nota de 15 instituições financeiras no mundo todo, incluindo as cinco maiores empresas americanas no ranking de ativos.
Entre os bancos cuja avaliação piorou estão Bank of America, JP Morgan, Citigroup, Goldman Sachs, Morgan Stanley, Credit Suisse, BNP Paribas, Barclays, HSBC, Deutsche Bank, Royal Bank of Canada e outros. "Todos os bancos afetados pelas ações de hoje [ontem] têm uma exposição significativa à volatilidade e risco de perdas desproporcionais inerentes às atividades dos mercados de capitais", disse, em nota, Greg Bauer, diretor da Moodys Global Banking. A consultoria de risco ressalva que as instituições estão envolvidas também em outras atividades financeiras, que podem mitigar o risco do perfil de crédito e amortecer a volatilidade do mercado.
O dia em que as agências de risco fariam um rebaixamento em série dos bancos vinha sendo aguardado pelo mercado desde fevereiro, quando a Moodys colocou a nota de 17 instituições financeiras em revisão. As agências de risco foram muito atacadas em 2008 porque não alertaram sobre a situação do Lehman Brothers, que quebrou em setembro daquele ano.
Segundo a agência, desde fevereiro foi feita "revisão abrangente" no perfil de crédito de cada empresa. A avaliação levou em conta fatores como o tamanho e a estabilidade dos rendimentos provenientes de atividades que não dependem dos mercados de capital, a capitalização, a liquidez e outras considerações, inclusive a exposição à crise na Europa, registros de falhas de gestão de risco e fragilidades decorrentes das hipotecas residenciais nos Estados Unidos. Os bancos rebaixados ontem foram divididos em três categorias, dependendo da capacidade de absorver riscos. O Morgan Stanley foi posicionado na categoria mais vulnerável, assim como Citigroup e Bank of America.
A Moodys diz que essas instituições tiveram problemas com gestão de risco, mas diz que a maioria já tomou medidas para aperfeiçoar o modelo de negócios. Barclays e BNP Paribas foram inseridos na categoria intermediária, pois de acordo com a Moodys, têm, mesmo que em níveis variados, relativa resistência a choques. O grupo que sofreu rebaixamento mais brando inclui HSBC e JPMorgan. A Moodys avalia que embora as operações no mercado de capital representem parte importante no negócio dessas instituições, elas também obtêm lucros em outros fontes, mais estáveis.
Os 15 bancos que receberam cortes em suas notas foram: Bank of America, Barclays, Citigroup, Credit Suisse, Goldman Sachs, HSBC, JPMorgan Chase, Morgan Stanley, Royal Bank of Scotland, BNP Paribas, Credit Agricole, Deutsche Bank, Royal Bank of Canada, Societe Generale e UBS.