Os quase dois mil funcionários da unidade industrial da Yazaki do Brasil em Santo Antônio da Platina, no Norte Pioneiro do Paraná, vivem clima de apreensão com a queda na produção de chicotes elétricos fornecidos às principais montadoras do país. Desde a segunda quinzena de julho, os operários da linha de produção da Yazaki convivem com a possibilidade de remanejamento para uma planta industrial da empresa em Vespasiano (MG).
A instabilidade na Yazaki é reflexo da possibilidade de fechamento que, mesmo após acordos com o sindicato local, pairam sobre a fábrica da General Motors em São José dos Campos (SP). A fábrica é um dos principais clientes da Yazaki que produz os chicotes elétricos que compõem o Classic, automóvel produzido no Vale do Paraíba.
Em Santo Antônio da Platina, o Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias Metalúrgicas, Mecânicas e de Material Elétrico estima que se a fábrica da GM realmente fechar boa parte dos quase dois mil empregos gerados pela Yazaki poderão ser fechados.
A situação na Yazaki ficou mais complicada depois que a multinacional americana Lear Corporation, que fabrica os mesmos chicotes elétricos, investiu R$ 50 milhões na construção de planta industrial em Navegantes (SC), cidade estratégica pela proximidade com a mais nova fábrica de motores da General Motors, em Joinville (SC), distante 100 quilômetros. Com isso, a unidade da Yazaki de Santo Antônio da Platina não teve outra saída senão diminuir o ritmo de produção.
Procurada, a direção da Yazaki do Brasil admitiu a diminuição no ritmo de produção além de confirmar o remanejamento de 200 operários para Minas Gerais. Esses trabalhadores devem permanecer na cidade mineira até o fim do ano, quando retornam a Santo Antônio da Platina. No entanto, a empresa não informou se novos trabalhadores serão remanejados. Em nota, a Yazaki disse que o volume de produção dos chicotes elétricos "baixou bastante" nos últimos meses, porém a expectativa da empresa é de que o mercado volte a reagir no 1.º semestre de 2013.