Um milhão de barris de petróleo deixam de ser produzidos por dia na Líbia e o preço internacional do combustível dispara. Na quarta-feira, a cotação do barril atingiu US$ 112,15, seu nível mais elevado em mais de dois anos e meio, diante da paralisação de mais da metade da produção do país. Para o setor de energia, se a crise política se espalhar, o mundo caminha para o maior choque do petróleo desde a Guerra do Golfo, há 20 anos, e o barril em breve poderá dobrar de preço, chegando pela primeira vez à histórica marca de US$ 220.

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Na quarta, em apenas um dia, o barril subiu mais de US$ 6, alta de 6 02%. Isso diante da constatação de que metade da produção do terceiro maior produtor da África havia sido suspensa. Diante da violência e dos sinais de guerra civil, multinacionais interromperam as atividades e o comércio. Para completar a tensão do mercado, rumores de que o ditador líbio Muamar Kadafi teria ordenado o bombardeio de gasodutos contribuiu para a alta dos preços.

O que foi confirmado é que a Repsol reduziu a produção em 350 mil barris por dia, ante 100 mil na Wintershall. A Eni teria cortado sua produção em 350 mil, ante um volume similar da Total. Para o Barclays Capital, pelo menos 1 milhão de barris estão deixando de ser produzidos, mais de 60% da capacidade da Líbia. Já o restante estaria "sob ameaça". Mesmo que a crise tivesse uma solução nesta semana, o setor já prevê que o impacto da alta nos preços será sentido nos próximos meses.

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A Líbia ainda anunciou que estava fechando as torneiras de sua estatal "por razão de força maior", o que legalmente é aceito como explicação para suspender contratos de combustíveis refinados. O mesmo poderia ocorrer com outras empresas nos próximos dias.

Nesta quinta, a Agência Internacional de Energia (AIE) - que reúne os maiores consumidores - avaliará a situação em reunião de diretores e representantes de países. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.