O temor em relação aos reflexos da crise financeira internacional não altera, pelo menos por enquanto, os planos da Embraer de investir US$ 620 milhões em 2009. O caixa é suficiente para fazer frente ao plano de investimentos, segundo o diretor de mercado de capitais e relações com investidores da Embraer, Carlos Eduardo Camargo. Além disso, informou, os clientes já se estruturaram financeiramente para a maior parte das entregas de aviões até 2009. É só a partir de 2010 que existe alguma preocupação.
Apesar do cenário confortável no médio e longo prazo, o executivo admite que o custo dos financiamentos deve subir por conta de uma restrição de crédito no mercado internacional, o que preocupa a empresa.
Segundo Camargo, a posição de caixa da Embraer é alta e portanto, suficiente para fazer frente os investimentos já anunciados pela companhia. "Não revimos e não esperamos rever nossos planos de investimentos", afirma o executivo. A programação da empresa para 2009 prevê aportes de US$ 270 milhões para crescimento e melhoria, além de US$ 350 milhões para pesquisa e desenvolvimento.
O executivo admite que há uma preocupação em relação à estruturação financeira de seus clientes, mas não para este ou para o próximo ano, mas somente para 2010. "Todas as entregas de aviões programadas para este ano já têm estrutura financeira pronta, assim como 70% das entregas previstas para 2009", explica.
Camargo ressalta ainda que se por um lado a restrição de crédito limita seus clientes, por outro, a redução do preço do petróleo para a casa de US$ 90,00 o barril dá certo alívio para as companhias aéreas. Segundo o executivo, muitas empresas vinham se preparando para enfrentar um petróleo na faixa entre US$ 120,00 e US$ 140,00 com hedge ou com redução de custos, mas com a redução do preço do combustível, essas empresas tendem a ter resultados melhores e com isso mais chances de conseguir financiamento.
O diretor da Embraer destaca ainda que em relação ao segmento de jatos executivos a empresa praticamente não tem preocupação, uma vez que já tem sua produção toda vendida para os próximos quatro anos. "Esse segmento atende um público elitizado que não deve sofrer com a restrição de crédito", avalia.
Para Camargo, a expectativa é de que de uma maneira geral as empresas busquem alternativas de mercado avaliando o custo de oportunidade. O executivo lembra ainda que a expectativa é de que os agentes de fomento, como o BNDES, atuem de forma mais direta no financiamento, lembrando que o governo brasileiro já deu essa indicação. "Claro que o portfólio disponível de uma forma geral vai ser reduzido, mas haverá janelas", avalia.
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