Curitiba As vendas do comércio do Paraná caíram pelo segundo mês consecutivo. Em agosto, a queda foi de 0,79% em relação ao mesmo mês do ano passado, enquanto que a média brasileira foi de crescimento de 6,4%. Se comparado com julho, as vendas do comércio paranaense apresentaram variação negativa de 3,6%. No Brasil, a queda foi menor: 0,38%. Dos 27 estados pesquisados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), apenas os comércios do Paraná e Rio Grande do Sul influenciados pela quebra da safra e dos preços agrícolas amargaram resultados negativos quando comparados com agosto de 2004. Dos oito primeiros meses do ano, o comércio paranaense teve aumento das vendas apenas em janeiro, março e junho.
De acordo com a pesquisa divulgada ontem pelo IBGE, o resultado negativo do comércio no estado foi mais uma vez influenciado pelo comportamento das vendas de supermercados e hipermercados, que registraram queda de 10,94% em agosto. Há cinco meses consecutivos esse segmento vem acumulando perdas no volume de vendas.
Segundo o economista do IBGE, Reinaldo Silva Pereira, o grande destaque em volume de vendas no comércio do Paraná, em agosto, foi equipamentos de informática e comunicação, com crescimento de 130,21%. Apesar do aumento expressivo, este setor não reverteu o índice geral, porque seu peso é pequeno no cálculo geral, justifica o economista. O crescimento das vendas do setor foi influenciado pela grande demanda por computadores e máquinas digitais, que tiveram os preços reduzidos em função da queda do dólar.
Na análise de Pereira, os dados revelam sinais de desaceleração nos próximos meses. "Há uma tendência de redução no ritmo do comércio. Se essa tendência se confirmar, isto terá ocorrido por conta da desaceleração do crédito consignado", disse.
Preços
O presidente da Associação Paranaense de Supermercados (Apras) e proprietário da rede Condor, Joanir Zonta, diz que os porcentuais negativos registrados pelo IBGE no setor de supermercados e hipermercados não são decorrentes da queda das vendas dos produtos, mas sim dos preços. Ele lembra que há um ano um litro de óleo de soja custava para o consumidor R$ 2,60. Hoje, o mesmo produto é vendido a R$ 1,25. Os preços do arroz caíram pela metade, o mesmo ocorrendo com o trigo e derivados, soja, carne e leite. Na parte de frutas e verduras, destaca Zonta, 141 produtos comercializados na Ceasa tiveram redução de preços em setembro. "Há um ano uma cesta básica era vendida nos supermercados a R$ 50. Hoje, o consumidor pode comprá-la por R$ 36", enfatiza o presidente da Apras.
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