O aumento da tensão geopolítica no Oriente Médio, em conseqüência dos ataques de Israel no Líbano, provocou um forte abalo nos principais mercados financeiros mundiais nesta quinta-feira.

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O preço do petróleo bateu novos recordes e o movimento de aversão a risco derrubou bolsas na Europa, nos Estados Unidos e nos países emergentes.

No Brasil, a Bolsa de Valores de São Paulo encerrou o pregão desta quinta-feira em queda de 2,42% - a segunda maior do mês - aos 35.354 pontos e com volume reduzido de negócios de R$ 1,425 bilhão.

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O dólar comercial subiu 0,86% e fechou a R$ 2,220, na terceira sessão seguida de alta. O risco-país, por sua vez, teve alta de 2,44%, somando 252 pontos base.

— (O mercado) está acompanhando lá fora, com movimento apreensivo a tudo. Você vê o mercado inteiro ruim — destacou Daniel Szikszay, gerente de câmbio do banco Schahin.

Notícias sobre lucros e reduções de recomendação de corretoras também têm preocupado o mercado, que teme impacto de uma desaceleração econômica nos resultados. Além disso, o saldo de recursos estrangeiros na Bovespa continua recuando.

A alta do dólar pelas pressões externas não foi suficiente para afastar o Banco Central do câmbio. A autoridade monetária realizou leilão de compra de dólares no fim da manhã e aceitou pelo menos 11 propostas, com corte a R$ 2,207.

Segundo analistas, a atuação do BC não adicionou pressão no mercado pois havia liquidez no momento do leilão. Operadores calculam que a autoridade monetária tenha diminuído o volume comprado nesta sessão frente aos dias anteriores.

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Szikszay, do Schahin, reiterou que o BC entrou com o leilão no momento em que o mercado estava mais tranquilo.

— Quando ele fez a atuação, estava num momento mais calmo, não estava tão ruim como agora no final do dia — explicou.

Operadores calculam que a autoridade monetária já comprou cerca de US$ 700 milhões só nesta semana. O BC retomou os leilões na semana passada e, desde então, só não fez a operação no dia 5 de julho.

Em julho, até o dia 12, as reservas internacionais subiram quase US$ 700 milhões, chegando a US$ 63,357 bilhões na quarta-feira.