A Bolsa de Valores de São Paulo era sacudida nesta segunda-feira pelo nervosismo internacional com a crise financeira nos Estados Unidos, depois do colapso do Lehman Brothers .
Às 11h20, o Ibovespa despencava 4,2 por cento, aos 50.193 pontos, depois de ter chegado a cair mais de 6 por cento nos primeiros minutos do pregão.
A turbulência internacional acentuava a volatilidade já comum em dias de vencimento de opções, como nesta sessão, e turbinava o giro financeiro para 1,4 bilhão de reais.
Por isso mesmo, as ações preferenciais da Petrobras, referência no mercado de opções, eram as mais visadas pelos investidores que apostam na queda do mercado, recuando 5,15 por cento, para 31,30 reais.
As ações também eram castigadas pelo movimento do petróleo, com o preço do barril despencando para a casa dos 96 dólares.
Os investidores reagiam ao recrudescimento dos temores de crise sistêmica no Estados Unidos, depois de o Lehman Brothers, quarto maior banco de investimento do país, ter pedido proteção contra falência.
Além disso, o Bank of America fechou um acordo de compra da Merrill Lynch por 50 bilhões de dólares, enquanto a seguradora AIG batia à porta do Federal Reserve pedindo um empréstimo de 40 bilhões de dólares.
Os fantasmas da crise voltavam a assombrar o mercado apenas seis meses depois de a quebra do Bear Stearns ter sido evitada, numa operação costurada pelo Fed que resultou na compra do banco pelo JP Morgan.
"Depois de um ano de crise chegam notícias como essas... Fica o medo de que ainda haja mais contaminação", disse Kelly Trentin, analista da SLW corretora.
O setor financeiro colocava os índices de Wall Street para as mínimas do ano. O Dow Jones cedia 2,6 por cento. Na Europa, o principal índice da região despencava 4 por cento.
Na Bovespa, as ações financeiras também apareciam entre as líderes de perdas. BM&F Bovespa desabava 9 por cento, para 8,89 reais. Banco do Brasil tinha queda de 4,9 por cento, para 21,33 reais.