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PESQUISA

Crise obriga 72% dos curitibanos a mudarem hábitos de consumo

Economia forçada: Luzia Cardoso sentiu a diminuição nas vendas | Antônio More/Gazeta do Povo
Economia forçada: Luzia Cardoso sentiu a diminuição nas vendas (Foto: Antônio More/Gazeta do Povo)

A crise já obrigou 72,4% dos curitibanos a mudarem hábitos de consumo por conta da alta dos preços, do desemprego e da queda na renda. É o que mostra o levantamento exclusivo feito pelo Paraná Pesquisas, a pedido da Gazeta do Povo. Para contornar a recessão, 36% dos moradores da capital optaram por cortar algum gasto mensal (como academia e telefone celular) e outros 33,8% dizem ter diminuído gastos com lazer. Parte dos curitibanos também está deixando de fazer algumas compras (25,8%) ou está saindo menos para jantar ou almoçar (24,4%).

Essa mudança no comportamento dos consumidores está sendo sentida pelos comerciantes da cidade. “As vendas diminuíram bastante. Não sei se é porque vendemos bolsas e relógios e não itens de primeira necessidade, mas sentimos muito a queda no movimento. As pessoas estão economizando”, diz Luzia Lima Cardoso, proprietária de uma loja de acessórios no Centro de Curitiba.

Cléber Cardoso, dono de uma loja de games e peças de computador, afirma que a busca por serviços de assistência é o que tem mantido o faturamento mensal do estabelecimento. “Parece que ninguém quer se comprometer. Antes muita gente apostava no parcelamento do cartão. Agora não. Todo mundo está comprando menos, quer pagar à vista e desconto”, diz.

A inflação é apontada como o maior problema da economia por 34,2% dos curitibanos. Não é para menos: a capital tem hoje a maior taxa do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) entre as capitais, chegando a 11,06% nos últimos 12 meses até agosto, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). No mês passado, o índice de 0,47% registrado na região de Curitiba foi mais que o dobro do 0,22% encontrado no país.

“Agora a cliente vem e compra um xampu mais barato e não aquele mais caro que ela estava acostumada a levar. Ou está espaçando mais entre uma pintura de cabelo e outra. A gente sentiu essa mudança”, afirma Joana Neves, gerente de uma loja de cosméticos no calçadão da Rua XV de Novembro.

A alta de preços no mês em Curitiba foi influenciada por uma elevação forte nos custos da alimentação fora do domicílio (0,90%), artigos de residência (0,81%), serviços pessoais (0,77%) e educação (0,93%). No ano, o grupo com maior alta de preços é o de combustíveis e energia (55%), seguido de alimentação no domicílio (10,71%) e móveis e utensílios (8,67%).

“A gente vai ao mercado e sente muito a alta dos preços. Está muito difícil. Eu tento economizar de todas as formas, mas a principal é buscando marcas mais baratas do que aquelas que eu gostava de comprar. Não tem jeito”, conta a dona de casa Ivone Rudnick.

Freio puxado

Depois da inflação, os outros aspectos da crise considerados graves pelos curitibanos são o governo gastar mais do que arrecada (17,6%), o desemprego (17,3%) e a falta de confiança (16,7%).

Na opinião do estudante Juan Victor Fernandes o momento só permite a compra de itens básicos. “Eu só compro agora quando realmente estou precisando. Não dá para esbanjar. E tem de ir atrás do melhor preço, pesquisar mesmo”, afirma.

Comércio na Rua XV de Novembro. | Antônio More/Gazeta do Povo

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Comércio na Rua XV de Novembro.

A empresária Luzia Lima Cardoso , dona de uma loja de acessórios na Galeria Suissa, afirma que as vendas caíram bastante desde o início do ano. | Antônio More/Gazeta do Povo

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A empresária Luzia Lima Cardoso , dona de uma loja de acessórios na Galeria Suissa, afirma que as vendas caíram bastante desde o início do ano.

Comércio na Galeria Suissa | Antônio More/Gazeta do Povo

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Comércio na Galeria Suissa

O estudante Juan Victor Fernandes tem investido na pesquisa de preços antes de comprar. | Antônio More/Gazeta do Povo

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O estudante Juan Victor Fernandes tem investido na pesquisa de preços antes de comprar.

“Agora a cliente vem e compra um xampu mais barato e não aquele mais caro que ela estava acostumada a levar, diz Joana Neves, gerente de uma loja de cosméticos na Rua XV. | Antônio More/Gazeta do Povo

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“Agora a cliente vem e compra um xampu mais barato e não aquele mais caro que ela estava acostumada a levar, diz Joana Neves, gerente de uma loja de cosméticos na Rua XV.

A dona de casa Ivone Rudnick tem procurado marcas alternativas dos produtos para economizar. | Antônio More/Gazeta do Povo

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A dona de casa Ivone Rudnick tem procurado marcas alternativas dos produtos para economizar.

Comércio de cosméticos na Rua XV de Novembro. | Antônio More/Gazeta do Povo

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Comércio de cosméticos na Rua XV de Novembro.

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