A crise na economia mundial derrubou os preços de muitos produtos agrícolas. E os brasileiros já perceberam nas gôndolas dos supermercados, onde os preços pararam de subir e até já começaram a cair.
O valor pago no supermercado começa a ser definido nas bolsas de mercadorias da Europa e dos Estados Unidos, que negociam mercadorias agrícolas dos países exportadores, como o Brasil. E esses produtos ficam mais caros ou mais baratos dependendo da saúde da economia mundial. Se ela vai bem, as famílias têm mais dinheiro, consomem mais e preços sobem.
Redução da demanda
Mas o que está acontecendo agora é exatamente o contrário. A economia dos Estados Unidos está em crise e isso afeta outros países. Como nos próximos meses o mundo deve ter menos dinheiro para gastar, os preços começam a cair.
O resultado dessa conta já chegou aos supermercados brasileiros. Em setembro, a cesta básica ficou mais barata em 14 das 16 capitais pesquisadas pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese). "No mês de setembro deu uma caidinha, né?", diz a copeira Regina Elaine Pereira. Os produtos com as maiores reduções de preços foram o pão - porque a cotação internacional do trigo caiu - e o óleo de soja. "O óleo a gente comprava a um preço bem mais elevado", diz a dona de casa Cecília Ambrózio.
Apenas a manteiga e a carne ficaram mais caras. "A carne mesmo disparou para valer", diz Batista Espósito Filho, reformado da PM. Carne
Até a carne deve seguir a tendência dos outros produtos e parar de subir. "É bem possível que os preços nos supermercados fiquem estáveis daqui para frente ou possam ter, no caso dos produtos agrícolas, até uma queda ao longo dos próximos meses", afirma o economista Fábio Silveira.
É um alívio na hora de fazer as compras, mas o brasileiro sabe que crise não se comemora. "O preço cair é ótimo, mas a economia também tem que ir bem", diz Maria Lopes, promotora de vendas.