A Comissão de Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), órgão regulador da bolsa de valores portuguesa, anuncia que o prazo da oferta de aquisição de ações (OPA) da cimenteira Cimpor pela Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) terminará no dia 22 de fevereiro. A data inicialmente prevista era até esta quarta-feira (17), mas foi estendida depois que a CSN modificou as condições da oferta na sexta-feira (12), aumentando o valor a ser pago de 5,75 euros para 6 18 euros por ação e reduzindo as condições de sucesso, de 50% mais uma ação para um terço mais uma ação. Segundo a legislação portuguesa, o acionista que tiver um terço mais uma ação conta com uma minoria que pode bloquear as decisões do conselho de administração. Até o dia 22, a Cimpor poderá revogar a declaração de aceitação da oferta.
Outra modificação na OPA, como consta no adendo ao prospecto, é que passam a estar incluídas nas condições para o sucesso não apenas as ações compradas durante a OPA, mas também as que forem adquiridas em bolsa de valores até o momento de fechamento da oferta. A aquisição de ações nas sessões anteriores à OPA pela empresa que faz a oferta de compra é permitida desde que comunicada ao mercado e que não seja feita a um valor superior ao da oferta. Caso compre por valor superior à proposta para todos os acionistas, a CSN teria de aumentar o valor da OPA, para garantir igualdade de condições.
Com a revisão dos valores pagos, o valor total previsto para a OPA - caso a CSN consiga 100% das ações - passa de 3,864 bilhões de euros para 4,153 bilhões (cerca de US$ 5,6 bilhões), considerando-se o total de 672 milhões de ações. A CSN anunciou como pretende pagar esse total: 3,864 bilhões a partir de um sindicato bancário composto por Itaú BBA, Bradesco e Banco do Brasil, enquanto o restante (288,960 milhões de euros) viria de um depósito numa conta no Banco Espírito Santo de Investimento, intermediário financeiro da oferta.
O resultado da oferta será apurado numa sessão especial da bolsa de Lisboa que vai ocorrer no dia 23 de fevereiro. A previsão é que a liquidação física e financeira ocorra no dia 26 de fevereiro. Em outro documento também enviado ontem à CMVM, a CSN informou que o preço de 6,18 euros por ação representa prêmio de 13,1% em relação à cotação de fechamento de 17 de dezembro de 2009. O prêmio é de 32,1% se considerado o preço médio ponderado pelo volume dos últimos 12 meses, de 16,6% se levada em conta a cotação média ponderada pelo volume dos últimos seis meses e de 18,7% quando a base de comparação é com o preço médio pelo volume do último mês.
A CSN informou também que o múltiplo de valorização das ações da Cimpor implícito no preço ofertado pelos papéis da companhia é superior ao das empresas que fazem parte do setor de cimento internacional. Tomando como base o múltiplo EV/Ebitda de empresas comparáveis, o prêmio implícito na contrapartida da oferta pela CSN seria de 48% em 2008, de 19% em 2009, 23% em 2010 e 28% em 2011. Os dados de 2010 e 2011 são estimativas. A CSN divulgou ainda que o múltiplo implícito na oferta supera também a média ajustada dos múltiplos de transações comparáveis do setor nos últimos dez anos, também na base EV/Ebitda. A CSN pretende se tornar um dos cinco maiores produtores de cimento do mundo e o maior no critério de rentabilidade. Além da CSN, Votorantim e Camargo Corrêa disputam a fabricante de cimento.
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