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Inovação

B3 desembarca no Cubo Itaú para ajudar a amadurecer ecossistema de startups

equipe da bolsa brasileira B3 se instala no espaço de empreendedorismo Cubo, em SP
Inauguração do espaço da B3 no Cubo, espaço de empreendedorismo do Itaú Unibanco e da Redpoint eventures. (Foto: B3/Divulgação)

A parceria da B3 com o Cubo Itaú, centro de inovação idealizado pelo banco e a Redpoint eventures, em São Paulo, acontece desde 2016, ainda no antigo prédio do hub. A companhia de infraestrutura de mercado financeiro à qual pertence também a Bolsa de valores brasileira, atuava como uma das patrocinadoras do espaço criado para empreendedores, empresas, universidades e investidores. Desde abril deste ano, porém, a B3 fixou sua presença em um ambiente próprio, uma área de 25 metros quadrados no 9º andar do agora “Cubão”, na Vila Olímpia.

A B3 está ao lado de fintechs como Flexipag, Iporanga Investimentos e Iugu e outras tantas startups de diversas áreas, como saúde, educação, logística, tecnologia e RH, representada na figura da especialista em inovação Izabella Neves. A densidade e qualidade dos empreendedores que circulavam pelo Cubo Itaú foi o que mais chamou a atenção da B3 e motivou a empresa a participar desse ecossistema, conta o superintendente de inovação e novos negócios da B3, Rodrigo Pereira.

“Além de ser um hub de inovação e talvez um dos mais modernos do Brasil, tem empreendedores maduros, com uma baita experiência em mercado financeiro e outros tipos de mercado. Quando vimos que outras corporações, assim como a B3, estavam apostando e acreditando nesse potencial de sinergia entre os mundos do empreendedorismo e das grandes corporações, ficou fácil tomar a decisão.”

Rodrigo Pereira, superintendente de inovação e novos negócios da B3.

Há dois anos a B3 criou um plano de corporate venture, que, segundo Pereira, vai desde o investimento em startups, por meio de aceleradoras, fundos de venture capital, como é o caso com a Redpoints eventures, e aculturamento interno da companhia em relação ao universo de inovação, mundo de startups e metodologias, assim como pelo pilar de desenvolvimento do mercado. A B3 acredita no papel fundamental de ajudar a alavancar o crescimento e validação do modelo de negócio das startups.

“Quanto mais apoiarmos esse ecossistema, cada vez mais terá empresas maduras e, em algum momento, elas passarão direta ou indiretamente a consumir alguns produtos da bolsa, tanto no mercado de crédito, quanto na emissão de uma dívida, ou em como faz uma securitização ou um IPO no mercado de equity; seja em um novo mercado ou no Bovespa Mais, por exemplo, ou mesmo no mercado financeiro em si.”

A ideia, explica Pereira, é ensinar os empreendedores e ajudar a desmistificar questões sobre o mercado, tanto de dívidas como de investimento em bolsa. Dado o posicionamento estratégico da B3 no Brasil, a companhia tem a convicção de que, ao proporcionar cultura empreendedora para dentro de casa, poderá se tornar uma empresa cada vez mais eficiente, ágil e inovadora, em contrapartida oferecendo para o mundo do empreendedorismo seu conhecimento de mercado de capitais.

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A B3 nasceu em 2017, da fusão da Cetip - Central de Custódia e Liquidação Financeira de Títulos Privados – e da BVM&F Bovespa. Como em toda associação, de meados de 2017 a meados de 2018, a companhia investiu parte do ano catequizando os funcionários e clientes sobre a estratégia de corporate venture, a entenderem qual seria sua efetiva atuação nesse ecossistema.

Daí em diante, a B3 partiu para a estruturação e formulação de parcerias. Entre os desafios, a empresa tinha a missão de detectar quais seriam as startups que deveriam levar para dentro de casa, para desenvolver uma prova de conceito – um laboratório experimental com intuito de reduzir erros – com determinadas áreas da bolsa e, obviamente, quais eram os objetivos no primeiro momento: eficiência operacional para a empresa ou desenvolvimento de novos produtos e linhas de receita?

Hoje a B3 tem aproximadamente oito startups realizando provas de conceito, para serem ou não contratadas. Uma delas é a Looqbox, instalada também no 9º andar do Cubo Itaú. A B3 estuda formas de usar a plataforma da startup de inteligência empresarial dentro da bolsa, para a geração de relatórios operacionais e otimização de processos. “A Looqbox tem uma solução que consegue gerar e buscar uma série de informações e de dados estruturados em tempo real. Hoje gastamos muito tempo consolidando informações em diversas áreas da companhia, para gerar um relatório estratégico”, diz Pereira.

Ao conhecer a solução da Looqbox, a B3 percebeu o quanto poderia ganhar, não somente em tempo de geração de relatórios, mas em eficiência na capacidade da empresa, para que os colaboradores responsáveis pela área possam dedicar seu tempo a uma operação mais estratégica, destaca o superintendente. “Estamos na etapa de implantação exatamente nesse momento, passando por processo de segurança da informação e outros processos.”

A B3 tem um programa bem estruturado tanto na linha de investimentos como de parcerias. Há mais de dois anos, além do Cubo Itaú, a companhia está ao lado de entidades como a Associação Catarinense de Tecnologia (Acate), a Associação Brasileira de Startups (ABStartups) e a Associação Brasileira de Fintechs (ABFintechs).

O desafio para os próximos 12 meses, revela Pereira, é contratar de fato as startups em testes e conectá-las ao dia a dia da organização, seja nas áreas de operações, core business, relacionamento com cliente ou contato direto com o cliente final. "Queremos de fato gerar valor com esses patrocínios, fechando contrato com essas startups, à medida em que elas encontrem um problema real no nosso mundo real da B3, que é o mercado financeiro.”

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