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Fintech facilita investimento em títulos públicos para quem ainda está só na poupança

Monica Saccarelli e a equipe da Diin: a missão da fintech é facilitar o investimento em títulos públicos. | Diin/Divulgação
Monica Saccarelli e a equipe da Diin: a missão da fintech é facilitar o investimento em títulos públicos. (Foto: Diin/Divulgação)

Após terem uma iniciativa de sucesso — a corretora Rico — incorporada à XP, os empresários Monica Saccarelli e Frederico Meinberg resolveram fazer uma pesquisa de campo antes de lançar sua próxima iniciativa. Foram à casa de 40 pessoas, entre 25 a 45 anos e com salários entre R$ 3 mil e R$ 8 mil, e ouviram suas demandas financeiras. Após analisar os resultados, chegaram ao conceito de micro investimento e a uma nova ideia de fintech, a Diin.

A Diin oferece aplicações sem um valor mínimo através de uma interface simples, um aplicativo para celular, tentando com isso incentivar seus usuários a poupar. O aplicativo da Diin foi lançado há menos de um mês e, por ora, está disponível apenas para smartphones com sistema operacional Android — a versão do iOS deve chegar até o final do ano. A fintech já conta com cerca de 100 usuários.

Antes disso, um grupo restrito de pessoas teve acesso ao aplicativo para aparar as arestas. As opiniões desse grupo ajudaram a moldar a ferramenta. “Serviu para metrificar e analisar o uso do app. Já mudamos muito o aplicativo: desde a experiência de como fazer transferência do dinheiro até informações do cadastro. Simplificamos”, relata Monica Saccarelli.

Foi nesse processo de amadurecimento da ideia que a fintech recorreu ao Cubo, o espaço de inovação para apoio a startups. Quando começou a formar a equipe, Monica procurou pelo Flávio Pripas, então diretor do espaço. Hoje, os nove profissionais da equipe da Diin estão alocados no prédio de 12 andares na Vila Olímpia, em São Paulo. ”No Cubo tem uma comunidade, uma rede de relacionamento muito legal”, diz Saccarelli. “Fazem parte do espaço startups de alto nível”.

O aplicativo

Quem quer poupar pela Diin tem que se cadastrar via aplicativo e transferir para a empresa o valor que deseja poupar. A startup, então, aplica a quantia em títulos públicos, o famoso Tesouro Direto.

A compra de um título é um empréstimo feito para o governo federal em troca de uma remuneração por este empréstimo (os juros sobre esse valor). Especialistas em finanças dizem que essa é a modalidade de investimento mais segura do mercado.

Não há valor mínimo para começar a investir. A transferência dos recursos é feita por transferência eletrônica (TED) ou boleto bancário, tudo de graça. O retorno do investimento, segundo a Diin, é de 89% do CDI. A título comparativo, informa a startup, a poupança rende cerca de 71% do CDI.

A Diin não cobra nenhuma tarifa, mensalidade ou taxa de manutenção do investidor. A fintech fatura com o spread bancário, ou seja, a diferença entre o rendimento do título comprado por ela e o que é efetivamente repassado ao usuário/investidor.

“A gente viu que as pessoas podem querer poupar por qualquer objetivo”, diz Saccarelli. A ideia, segundo a empresária, é mostrar que é possível alcançar as metas, independente de quais sejam.

A tarefa de fazer as pessoas pouparem parece difícil, mas há campo a ser explorado. No início do ano passado, indicador do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC) e da Confederação Nacional dos Dirigentes Lojistas (CNDL), mostrava que 62% dos consumidores não guardavam dinheiro. A proporção de quem não poupa aumenta conforme se fala em classes sociais mais baixas.

Buscando suprir essa lacuna, de pessoas que precisam aprender a lidar com o dinheiro, existem diversas fintechs que oferecem serviços na área. A gestão financeira pessoal é uma categoria com pelo menos 30 startups financeiras de acordo com levantamento feito pela Finnovation, Finnovista e Banco Interamericano de Desenvolvimento. Ao todo o Brasil tem cerca de 380 fintechs.

Esse campo, o de lidar com o dinheiro, não é exatamente algo novo para Monica. A empresária, formada em comunicação e marketing, fez carreira no mercado financeiro. Trabalhou na bolsa de valores de São Paulo e em corretoras. Dessas experiências veio a ideia de criar a Rico em 2011, uma corretora focada em ajudar investidores novatos.

A empresa foi vendida para a XP Investimentos em 2016. Depois de um período sabático, Monica voltou a empreender, com seu ex-sócio na Rico, Frederico Meinberg, e criou a Diin. As expectativas são altas após o período de testes recém terminado, no dia 20 do mês passado.

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