Líderes das principais economias industrializadas se reúnem no fim de semana nos Estados Unidos para discutir a crise europeia, em meio a temores de que a Grécia deixe o euro e ameace o próprio destino da moeda única.
O presidente norte-americano, Barack Obama, anfitrião do encontro, pediu repetidamente aos líderes europeus que estimulem o crescimento, e se preocupa que um eventual contágio da crise nos EUA afete suas chances de reeleição em novembro.
Nenhuma decisão importante deve ser tomada no encontro, mas assessores disseram que Obama pretende discutir abordagens abrangentes contra a crise.
Ele também terá a oportunidade de estabelecer uma relação com o novo presidente francês, François Hollande, que será recebido na sexta-feira na Casa Branca, antes de ambos seguirem para Camp David - casa de campo da Presidência que fica a duas horas da capital e que será o local da cúpula.
Hollande, empossado nesta semana, já causou alvoroço ao contestar o foco da Europa nas medidas da austeridade, propondo uni-las a estímulos ao crescimento, e ao dizer que irá retirar as tropas francesas de combate do Afeganistão até o final do ano.
Obama deve tentar convencer o socialista a não retirar as tropas antes dos demais países da Otan, mas os dois presidentes devem ter mais pontos de concordância no apoio às políticas pró-crescimento na Europa.
Outros participantes da cúpula - especialmente o britânico David Cameron, o canadense Stephen Harper e o italiano Mario Monti - também vêm cobrando mais medidas de estímulo econômico para ajudar a Europa a retomar o crescimento.
Isso pode deixar isolada a chanceler (primeira-ministra) alemã, Angela Merkel, que insiste na prioridade às medidas que reduzam os déficits e dívidas dos governos.
A cúpula ocorre num momento em que os gregos estão retirando suas economias dos bancos, com medo de que o país quebre e deixe a zona do euro. O setor bancário espanhol também está sob pressão.
A crise fez o dólar se valorizar, derrubou bolsas no mundo todo e fez com que os juros da Alemanha - refúgio para investidores - também caíssem.
O assessor de Segurança Nacional dos EUA, Tom Donilon, um dos principais assessores de Obama, disse que os EUA saúdam o debate europeu sobre "o imperativo por empregos e crescimento", mas disse que a intenção do presidente não é criar divergências entre França e Alemanha, as duas maiores economias do continente.
"Não acho que a natureza dessas conversas será algo do tipo ficar de um lado ou de outro", disse ele a jornalistas na quinta-feira.
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