Encontre matérias e conteúdos da Gazeta do Povo
preços

Curitiba é a campeã da inflação em setembro

Aumento da carne em Curitiba superou de longe a média nacional | Walter Alves/ Gazeta do Povo
Aumento da carne em Curitiba superou de longe a média nacional (Foto: Walter Alves/ Gazeta do Povo)
Veja os produtos que registraram em Curitiba o maior aumento no IBGE |

1 de 1

Veja os produtos que registraram em Curitiba o maior aumento no IBGE

O Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que mede a inflação oficial, subiu 0,53% no Brasil no mês de setembro e apresenta, no acumulado dos últimos 12 meses, alta de 7,31% – o resultado é o maior desde maio de 2005. Entre as 11 capitais e regiões metropolitanas pesquisadas pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Curitiba registrou a maior alta no mês e o maior acumulado dos últimos 12 meses: 0,86% em setembro e 8,31% no acumulado.

Segundo o IBGE, o índice da capital paranaense estava "atrasado", já que, no mês anterior, Curitiba teve o segundo menor IPCA entre as capitais, de apenas 0,18%. A alta na região da capital foi impulsionada, principalmente, pela subida dos preços nos grupos de alimentos e bebidas (1,02%), transportes (2,11%) e combustíveis (4,16%) – todos eles tiveram a maior elevação entre as localidades pesquisadas. Vários itens desses grupos apresentaram a maior elevação do país na capital paranaense. Em 2011, o índice é de 5,79%, também acima das demais capitais e da média nacional (4,97%).

O baixo desemprego na região de Curitiba – 3,8% em agosto, segundo o Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico e Social (Ipardes) – é apontado como uma das razões para o IPCA em alta. "A situação é de quase pleno emprego, com um mercado consumidor muito dinâmico. A economia está aquecida e gera uma inflação de demanda", explica Carlos Magno Bittencourt, professor de Economia da PUCPR. "Não é surpreendente esta alta, porque o desemprego está em baixa há dois anos. É normal que tenha inflação, ela anda junto com economias aquecidas. A maior preocupação é com o setor de alimentos, tanto em Curitiba quanto no Brasil", acrescenta o professor da UFPR José Guilherme Vieira.

O clima instável e a dependência dos municípios da região metropolitana na produção de alimentos são algumas da razões para o aumento dos preços. "Curitiba não produz, compra dos vizinhos. Mas, como os acessos não estão nas melhores condições e há demora no trânsito, gasta-se mais combustível no transporte, o que deixa os alimentos mais caros", pondera Bittencourt.

Rock in Rio

"Curitiba apresentou o mesmo perfil do Brasil, com alta no setor de passagens aéreas, combustíveis, transportes e alimentação. Além disso, na região o IPCA não veio bem distribuído, acumulando um aumento de agosto e setembro. Agosto foi um mês de baixa inflação em Curitiba", lembra Eunina Nunes, coordenadora dos índices de preços do IBGE.

Como razão para a alta das passagens aéreas, que avançaram em média 23,40% no país e foram o produto individual de maior impacto na inflação do mês (sendo responsáveis por 0,09 ponto porcentual do índice nacional de setembro), Eunina cita o feriado da Independência e o Rock in Rio. "O evento movimentou pessoas de todo o Brasil e as companhias podem ter aproveitado para tirar do ar as passagens mais baratas", avalia.

Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Principais Manchetes

Receba nossas notícias NO CELULAR

WhatsappTelegram

WHATSAPP: As regras de privacidade dos grupos são definidas pelo WhatsApp. Ao entrar, seu número pode ser visto por outros integrantes do grupo.