Um seminário sobre agricultura familiar reúne agricultores familiares no Centro de Convenções, em Curitiba, nesta quinta-feira (21). O evento discute um modelo alternativo de produção agrícola e questões fundiárias, com a presença de entidades representativas como o Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB), Federação dos Trabalhadores na Agricultura Familiar (Fetraf) e Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST).

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Robson Formica, da coordenação do MAB, diz que o seminário, com previsão de terminar à tarde, tem como tema central a produção de alimentos saudáveis no Paraná com um novo modelo. "A discussão envolve a questão da soberania alimentar, é um ato em defesa da agricultura familiar para dialogar com a cidade sobre a importância desse segmento, dos camponeses com sua produção saudável, de um povo com terra para produzir."

Durante à tarde, uma concentração em frente ao Palácio Iguaçu, no Centro Cívico, está marcada. De acordo com informações repassadas pela União de Cooperativas da Agricultura Familiar e Economia Solidária do Estado do Paraná (Unicafes), há uma audiência marcada para as 15 horas com o governador Beto Richa (PSDB).

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Parte dos participantes do seminário esteve também, nesta quarta, no ato dos moradores da região que será afetada pela área alagada para o funcionamento da Usina Hidrelétrica do Baixo Iguaçu. Os protestantes fizeram atos em frente à Companhia Paranaense de Energia (Copel) e na Assembleia Legislativa e passaram a noite na capital. Eles reclamam que as famílias não estão sendo suficientemente assistidas e pedem que o projeto da usina redimensione o número de impactados e os valores das indenizações.

Negociação

A sede da Copel foi escolhida porque a empresa integra o consórcio Geração Céu Azul, que executa a obra. A Copel tem 30% de participação. Os 70% restantes do consórcio que detém a concessão de Baixo Iguaçu pertencem à empresa privada Neoenergia. Os acionistas da companhia são o Previ, fundo de pensão dos funcionários do Banco do Brasil, com 49,01% das ações; a espanhola Iberdrola, com 39%; e o Banco do Brasil, com 11,99%.

A Copel, via assessoria de imprensa, informou ainda na quarta que se reuniu com os manifestantes e se comprometeu a encaminhar as reivindicações do grupo à Neoenergia, que é a sócia proprietária do empreendimento, com 70% do total.

Já o Consórcio Geração Céu Azul, responsável pela construção e futura operação da Usina Hidrelétrica Baixo Iguaçu, disse em nota, também na quarta, que "sempre se manteve aberto ao diálogo" com os proprietários de áreas que serão inundadas e que promove diversas reuniões com representantes dos moradores e autoridades dos municípios afetados.

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