O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) acumulou alta de 9,53% em 12 meses até agosto, informou nesta quinta-feira (10), o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Em quatro regiões, porém, o resultado já ultrapassa os dois dígitos. O maior IPCA é verificado em Curitiba, onde os preços já avançam 11,06% nos últimos 12 meses. Em seguida vêm Porto Alegre (10,34%), Goiânia (10,18%) e Campo Grande (10,17%).
Em agosto, o índice de 0,47% na região de Curitiba foi mais do que o dobro do 0,22% registrado no país – o IPCA acumulado na capital neste ano foi de 8,83%, também o mais alto do Brasil, acima da média nacional de 7,06%.
A alta de preços em Curitiba foi influenciada por uma elevação forte nos custos da alimentação fora do domicílio (0,90%), artigos de residência (0,81%) – em que entram aparelhos eletrônicos (1,37%) –, serviços pessoais (0,77%) e educação (0,93%). No ano, o grupo com maior alta de preços é o de combustíveis e energia (55%), seguido de alimentação no domicílio (10,71%) e móveis e utensílios (8,67%).
Em agosto, os produtos que mais subiram em Curitiba foram o repolho (13,39%), o jornal diário (12,5%), a couve (11,3%), milho em conserva (10,47%) e a melancia (9,96%). Houve queda de preços de quase 90 itens avaliados pelo IBGE na cidade. Os maiores recuos foram os da passagem aérea (-22,69%), tomate (-16,58%), cebola (-15,02%), morango (-13,61%) e salsicha (-9,9%).
No país
Em relação à taxa mensal de agosto, a alta de 0,22% no país foi a menor para o mês desde 2010, quando o IPCA avançou 0,04%. A inflação desacelerou em seis dos nove grupos pesquisados no indicador na passagem de julho para agosto.
A principal desaceleração ocorreu no grupo Transportes (0,15% para -0,27%), diante da queda de 24,90% nos preços das passagens aéreas. Os alimentos e bebidas também ficaram 0,01% mais baratos, segundo o IBGE.
“Esse resultado registrado em agosto, bem inferior ao mês anterior, é reflexo de variação menor de alguns grupos importantes no orçamento das famílias, como o de alimentos, que foi determinante para essa taxa ser contida. Tivemos queda na cebola, na batata, itens que vinham subindo muito nos últimos meses”, explica a coordenadora de Índices de Preços do IBGE, Eulina dos Santos, .
Eulina explica que essa queda na inflação de boa parte dos alimentos pesquisados se deve ao escoamento da safra, aumentando a oferta, o que ocorre sempre na metade do ano, entre junho e julho, mas que, em 2015, teve efeito tardio, em razão da pressão exercida pela alta do dólar sobre os custos da produção agrícola.