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Curitibana Quantum está por trás das novas máquinas da Cielo que prometem “transformar” o varejo

 | Divulgação/Cielo
(Foto: Divulgação/Cielo)

A curitibana Quantum completou um ano de existência no início do mês com três linhas de smartphones em seu portfólio, que tiveram uma recepção calorosa dos consumidores – o último modelo, o Quantum Fly, esgotou em menos de 24 horas. Mas, curiosamente, a empreitada mais ambiciosa da marca para os próximos anos pode estar um mercado bem diferente: o de soluções de pagamento.

A Quantum, que funciona como uma divisão de negócios independente da paranaense Positivo Informática, foi uma das empresas escolhidas para desenvolver e produzir a nova máquina de pagamento da Cielo, batizada de Cielo Lio. O aparelho tem funções semelhantes a um celular, incluindo conexão wi-fi e 3G, e utiliza um sistema operacional próprio baseado no Android, do Google – o mesmo sistema adotado nos smartphones da Quantum.

Além da Quantum, a empresa paulista Gertec, especializada em sistemas de automação comercial, também participa do projeto. A Cielo faz questão de apresentar o aparelho não como uma máquina, mas sim como uma “plataforma” para o varejo, voltada para o controle e gestão dos negócios. As primeiras unidades entraram em operação em maio deste ano.

Tanto a Quantum como a Gertec trabalham neste caso como prestadoras de serviço para a Cielo e ambas as marcas não aparecem no aparelho – tampouco nos materiais de divulgação e releases sobre a solução. O que surge como uma oportunidade de negócio única para as duas empresas é a dimensão dos planos da Cielo: a marca, líder de mercado, pretende atingir 50 mil unidades da Cielo Lio em operação no Brasil até o fim deste ano e um milhão nos próximos cinco anos.

Ao final de 2015, a empresa possuía uma base de 2,15 milhões de máquinas tradicionais de pagamento, que capturaram 6,2 bilhões de vendas no ano passado. A intenção agora é aproveitar esse contingente já conquistado de lojistas para disseminar a nova plataforma e, nas palavras da Cielo, “transformar o varejo brasileiro”.

“Da mesma forma que temos a inquietude como nossa marca registrada, estamos criando um mercado novo com o objetivo de provocar a nossa indústria e possibilitar a reinvenção do varejo”, afirma, em nota, Rômulo Dias, presidente da Cielo.

Discrição

A Cielo não divulga quanto investiu na criação da plataforma e os detalhes da negociação envolvendo a Quantum e a Gertec – inclusive as funções específicas de cada empresa no projeto – são mantidos em segredo. Contatada, a Positivo Informática afirmou, por meio de sua assessoria de imprensa, que não poderia prestar quaisquer informações sobre a Cielo Lio.

A empolgação com o projeto, no entanto, não passou despercebida. No evento de lançamento do celular Quantum Fly, no fim de agosto, o presidente da Positivo Informática, Hélio Rotenberg, citou brevemente o negócio com a Cielo em seu discurso, limitando-se a afirmar que a companhia estava trabalhando em um “projeto com a Cielo para cartão de crédito”.

A afirmação, na ocasião, veio para reforçar a guinada no modelo de negócios da Positivo, que, segundo Rotenberg, “deixou de ser uma fábrica de computadores para ser uma empresa multimarca, de multidispositivos”. Em pouco mais de um ano, a companhia paranaense, abalada pela retração no mercado nacional de computadores, onde é líder, passou a comercializar no Brasil notebooks da marca japonesa Vaio, lançou a marca de smartphones Quantum, adquiriu 50% da startup de equipamentos médicos Hi Technologies e fechou uma parceria com a Lego para vender kits educacionais de robótica.

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