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Mercado de Trabalho

Curitibano leva menos de um mês para achar novo emprego

O mercado de trabalho aquecido tem feito com que a maior parte dos trabalhadores de Curitiba leve em média menos de 30 dias para conseguir um emprego. É o que revela uma pesquisa inédita, realizada pela consultoria iBRAIN Inteligência de Mercado e Pesquisa Estratégica com exclusividade para a Gazeta do Povo. O levantamento ouviu 500 pessoas e traça um perfil do empregado na capital.

Entre os entrevistados, 60% disseram que conseguiram uma colocação menos de um mês depois de deixar o último emprego. Outros 14% conseguiram voltar ao mercado de trabalho dentro de dois a três meses e 26% levaram mais de sete meses.

Com uma taxa de desemprego baixa e a escassez de mão de obra, as contratações estão mais rápidas para todas as faixas etárias e de escolaridade, segundo Fábio Tadeu Araújo, sócio da iBRAIN e coordenador da pesquisa. "Pode-se dizer, pelo depoimento dos entrevistados, que o bom momento do mercado de trabalho está disseminado", diz.

A taxa de desemprego na região de Curitiba ficou em 4,8% em janeiro, abaixo dos 5,4% da média nacional, segundo o IBGE.

Empregados

Dos entrevistados pela iBRAIN, 85% disseram que estão trabalhando. Parte desse público sequer ficou desempregada – recebeu um convite ou participou de um processo de seleção e já emendou um emprego no outro, acrescenta Araújo.

No ano passado, segundo dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), o número de pedidos de demissão bateu recorde. Do total de dispensas no Paraná, 38% foram voluntárias.

"Temos visto uma diminuição do tempo de colocação no mercado de trabalho. As empresas, de maneira geral, precisam contratar rapidamente e, por conta disso, também tem diminuído as exigências na hora de fazer a seleção", diz Edmar Gualberto, conselheiro da Associação Brasileira de Recursos Humanos (ABRH) no Paraná.

Mesmo com a economia andando devagar, o mercado de trabalho de Curitiba vem apresentando vigor, o que ajudou a inflacionar os salários, segundo Thiago Sebben, gerente da regional Sul da Hays Consultoria. Nos últimos anos, a diferença de remuneração para cargos do mesmo nível entre Curitiba e grandes centros, como Rio e São Paulo caiu, de acordo com ele. "Essa diferença, que chegou a 30%, 40%, hoje está entre 10% a 20%", afirma.

Para Leandro Muniz, gerente da Michael Page em Curitiba, para cargos de menor remuneração a contratação é quase imediata, mas mesmo em ocupações mais executivas, não é raro que o processo dure menos de três meses. "Há casos de profissionais que saem daqui para São Paulo e retornam para Curitiba e conseguem emprego aqui antes de mesmo de cumprir o aviso prévio na outra empresa", diz.

51% têm carteira assinada e salários são de até R$ 2 mil

O levantamento da iBRAIN mostra que 51% dos empregados têm carteira assinada e a maioria (75%) trabalha em companhias de pequeno porte. Há uma predominância de empresas de capital nacional.

A maioria ( 64%) ganha entre R$ 678 e R$ 2,033 mil e quase metade (48%) desse público não nasceu na capital. Mas, entre os "estrangeiros", a maioria reside aqui há mais de 10 anos.

Mais de um terço dos empregados disse estar há menos de 11 meses no trabalho atual, o que demonstra a grande rotatividade nas vagas. Isso ajuda a explicar também porque há uma participação baixa do chamado primeiro emprego: apenas 13% dos entrevistados estão vivendo sua primeira experiência no mercado de trabalho. Essa realidade vale inclusive entre os mais jovens. Entre os entrevistados de 18 a 21 anos, 71% disseram que não estão mais no primeiro emprego.

"Com o mercado mais aquecido, os empregados se sentem mais a vontade para trocar de trabalho. Há, de maneira geral, uma ansiedade por reajuste de salários e promoções. Se esses objetivos são frustrados, o funcionário pode rapidamente trocar de posição", diz Fabio Tadeu Araújo, responsável pelo levantamento da iBRAIN. A pesquisa revela ainda que a indicação ainda é a forma mais usada para encontrar uma nova colocação.

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