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Setor farmacêutico

Curitibano lidera grupo de pesquisa

Até se formar em Engenharia Química, em 1985, o pesquisador Everson Nogoceke trabalhou na confeitaria que a família tinha na Galeria Lustosa, em Curitiba. Deixou o negócio para trabalhar na Brahma e, pouco tempo depois, ingressou na vida acadêmica. Quinze anos mais tarde, o gosto pelo mundo empresarial foi mais forte do que as realizações dentro dos laboratórios de universidades e ele aceitou uma oferta para entrar no centro de pesquisas que a Roche mantém na Suíça.

"Sempre quis abrir uma pequena empresa de biotecnologia no Brasil, mas era um projeto mais complexo do que eu imaginava. Tinha uma idéia ingênua do que é a indústria de biotecnologia", conta Nogoceke. O desejo de se tornar um empresário do ramo surgiu no fim da década de 80, quando o tema virou moda no mundo científico. O primeiro passo para ingressar na área foi um mestrado na Universidade Federal do Paraná (UFPR), no qual ele fez estudos sobre enzimas.

Em 1992, o pesquisador passou seis meses no Massachusetts Institute of Technology (MIT), nos Estados Unidos, onde aprofundou os conhecimentos sobre enzimas. Em seguida, foi para a Alemanha fazer um estágio na Sociedade Alemã de Pesquisa em Biotecnologia, onde depois fez doutorado. O trabalho era sobre o metabolismo do tripanossoma e foi seguido por um pós-doutorado nos Estados Unidos.

Ao terminar o projeto nos EUA, o cientista decidiu que era hora de voltar para o mundo dos negócios. Ele foi aceito na equipe de proteômica, instalada no laboratório de Basiléia, na Suíça – uma cidade tranqüila, de 160 mil habitantes. "Fico admirado com o quanto Curitiba mudou desde que saí. Muito diferente da Suíça, onde as mudanças na paisagem são raras", diz Nogoceke.

O pesquisador se tornou chefe do grupo de proteômica em julho, quando a Roche decidiu reestruturar seu centro de pesquisa em genômica. A unidade foi dividida em três grandes áreas, nas quais há equipes especializadas em diversos tipos de estudos. O brasileiro lidera um grupo da seção pré-clínica, ou seja, faz trabalhos com medicamentos antes que eles sejam testados em humanos.

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