Saguão do ParkShopping Barigui ontem: expectativa dos estabelecimentos é vender 11% mais do que no Natal do ano passado| Foto: Fotos: Albari Rosa/ Gazeta do Povo

Fronteira

No Paraguai, vendas não animam os lojistas

Denise Paro, da sucursal de Foz do Iguaçu

Ciudad del Este, Paraguai - Lojas e ruas cheias não significam lucro garantido para os comerciantes de Ciudad del Este, no Paraguai, neste fim de ano. A maior parte dos consumidores gastou, mas em produtos mais baratos. Por isso o movimento do Natal de 2008 foi melhor, avaliam os lojistas. Ganharam aqueles que vendem brinquedos, bebidas e bugigangas, mas quem trabalha no ramo de eletrônicos e informática não ficou satisfeito.

"Tem gente nas lojas, mas as vendas são pequenas. Esperávamos mais para este fim de ano", diz o comerciante Wissan Abdallhah.

O brasileiro Agnaldo Schereder, 31 anos, gerente de uma loja de informática e eletrônicos, concorda. Ele lembra que chegou a comercializar 30 notebooks no sábado anterior ao Natal de 2008. Anteontem, ele vendeu cinco. Na avaliação de Schereder, o movimento de

Natal deste ano chegou a cair 50% em relação a 2008, mesmo diante da recuperação econômica pós-crise.

O que Schereder mais vendeu foram celulares de dois chips, a sensação deste fim de ano no Paraguai, ao lado do conversor para a tevê digital. "Aumentei 100% meu estoque de celulares e vendi tudo", diz o brasileiro.

Férias

Com o ano praticamente no fim, os lojistas agora esperam a nova onda de boas vendas, as férias, período que costuma levar muitos turistas a Foz do Iguaçu e ao Paraguai. O movimento começa a ficar mais intenso a partir do dia 10 de janeiro. Após o Natal, algumas lojas dão férias coletivas aos funcionários e só voltam a abrir no dia 3.

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As quadrigêmeas Tamara, Tamires, Maira e Maiá: vaga temporária para todas
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Milhares de curitibanos lotaram os shoppings da capital no último fim de semana antes do Natal. A expectativa dos lojistas é que o movimento continue intenso também nos próximos dias, para as compras de última hora. A As­­sociação Brasileira de Shopping Centers (Abrasce) espera um aumento de 11% nas vendas neste fim de ano em relação a 2008. Nas lojas de rua, a previsão é de um avanço entre 6% e 8%, de acor­do com a Associação Comer­cial do Paraná (ACP).

"O começo do mês foi atípico, bastante parado. Mas o movimento aumentou muito nos últimos dias e deve continuar assim ao longo da semana. As pessoas estão fazendo muita pesquisa e pechinchando bastante", diz o gerente da loja de eletroeletrônicos Fast Shop do ParkShopping Barigui, Vitor Hugo Dias. A rede espera um aumento entre 15% e 20% no faturamento deste Natal. Dias conta que a procura tem sido grande por notebooks, netbooks, câmeras digitais e televisores de LCD. "Mas a grande novidade nas vendas deste ano são os porta-retratos digitais. O modelo da Sam­­sung já está esgotado. Vende­mos até o mostruário."

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A pedagoga Nara Luz Salamu­nes optou por um modelo da LG, que custa R$ 223, para presentear o marido. "Não tinha a menor ideia do que comprar. Mas cheguei aqui e gostei. Vou entregar já com as fotos da família." Ela e a filha Ana Carla foram ao shopping ontem com uma lista de presentes para comprar com mais de 20 nomes entre parentes, amigos e colegas de trabalho. "Mas os mais caros mesmo são os do marido e das duas filhas. Os outros são lembrancinhas."

Assim como Nara, muita gente dizia ontem estar à procura de "lembrancinhas". Um levantamento exclusivo da Paraná Pes­quisas para a Gazeta do Povo revelou que dois terços dos moradores de Curitiba pretendem gastar o mesmo valor ou até menos neste Natal do que em 2008. Mas, no caso do analista de sistemas Marcelo Isolani e da esposa Fer­nanda, a economia ficou só na intenção. "Queríamos ficar só na lembrancinha. Mas nos empolgamos e acabamos gastando um pouco mais", conta Fernanda, com as sacolas cheias de livros, CDs e um aparelho de DVD. "Com­­pramos o aparelho e aí acabamos levando uns discos também."

Preferência

A pesquisa mostrou também que os produtos mais procurados neste Natal são roupas, calçados e brinquedos. A falta de espaço para caminhar e as pilhas de roupas desdobradas nas mesas da Hering do Shopping Mueller confirmam essa preferência. A gerente da loja, Eleide Siu Mon, diz que o movimento é crescente desde o fim de novembro e que as vendas até ontem já superaram o volume de todo o mês de dezembro de 2008. "A loucura continua até o dia 31. Porque depois do Natal as pessoas vêm trocar os presentes e sempre acabam comprando mais."

Para dar conta do movimento a loja dobrou o número de funcionários. Ao todo são 20 vendedores, 2 estoquistas, 4 caixas e 7 dobradeiras trabalhando – entre elas as quadrigêmeas Tamara, Tamires, Maira e Maiá Monteiro Hirai. O emprego temporário é o primeiro das irmãs de 18 anos que são responsáveis por dobrar e organizar as peças. "A correria é bem grande quase o dia todo. Mas estamos gostando muito da experiência", conta Tamires.

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Brinquedos

A loja de brinquedos PB Kids do Shopping Mueller também reforçou a equipe no mês de dezembro: são 4 novos funcionários e os outros 16 farão duas horas extras todos os dias. A rede espera um aumento de cerca de 18% nas vendas, em comparação com o último Natal. "Para os brinquedos não teve crise", diz o gerente Bruno Cesar Romão.

Com os presentes do filho e de quatro sobrinhos nas mãos, o casal Simone e Eduardo Weise estava terminando as compras de Natal no fim da tarde de on­­tem, depois de mais de cinco ho­­ras dentro do shopping. "Todos os lugares têm muita gente e muita fila. Mas nessa época não dá para exigir muito. Tem que vir sem hora para ir embora", diz Simone. A dona de casa diz que tirou o dia para as compras e deve gastar só com brinquedos cerca de R$ 400. "As crianças vão crescendo e os brinquedos vão ficando mais caros. Mas estou escolhendo jogos e brinquedos mais inteligentes, nos quais vale a pena gastar."