Situado em Apucarana, no norte paranaense, o curtume Apucacouros – o maior do Paraná – tem passado por uma verdadeira transformação. Nos últimos três anos, a empresa reformou seu parque industrial, comprou equipamentos importados, treinou funcionários e investiu na implantação do sistema de qualidade ISO 9001/9002. "Agora temos laboratórios de testes físico e químico", explica o diretor comercial, Carlos Cilião Filho. Além disso, a empresa contratou outros 94 empregados – passando de 350 em dezembro de 2001 para 444 no fim do ano passado. Para os próximos dois anos, é previsto um novo investimento de R$ 2,3 bilhões.

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Tanto investimento não foi em vão. Segundo o diretor da empresa, o produto só é aceito no mercado externo – principal aposta do curtume – se tiver qualidade, e certificação. Nos últimos três anos, os mais de 100 mil metros quadrados de couro exportados por mês garantiram 59% do faturamento da empresa. O grande filão é a indústria automotiva da Ásia, para onde vai 87% da produção da Apucacouros.

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Da mesma forma, o curtume curitibano NSG Couros descobriu na Europa um mercado promissor. A empresa, que há três anos tinha apenas sete funcionários, resolveu apostar no mercado externo. "Mas para isso houve uma mudança de mentalidade dentro da empresa", conta a sócia-proprietária Giselle Queiroz. "A gente resolveu inovar para atingir o mercado da moda. Trabalhamos com estilistas e uma designer de couro, e o resultado é um produto de valor agregado bem maior."

A diferença do couro da NSG, diz Giselle, está no acabamento. Ele é pintado a mão, recebe a aplicação de materiais como juta e renda. Em setembro de 2004, a empresa recebeu um prêmio do "Le Cuir à Paris" (Salão do Couro de Paris), na França. "É uma produção que leva bem mais tempo. Só se vê isso em curtumes da Itália, no Brasil praticamente não há", explica a sócia.

A estratégia deu certo. Hoje, o metro quadrado do couro da NSG vale de quatro a cinco vezes mais que o de um couro preto e liso. A empresa está transformando a sede na Cidade Industrial de Curitiba – com mil metros quadrados – em filial, e construindo a planta principal, 12 vezes maior, em Conchal (SP). O número de empregados passou de sete para 40, e deve aumentar ainda mais com a nova fábrica. No mercado externo, a França é o principal destino da produção, mas o produto da NSG é usado na produção de artefatos (bolsas, calçados, carteiras, etc) também na Itália, Rússia, Índia e África do Sul, entre outros países.