Custo de extração do petróleo triplicou em cinco anos, diz Ipea

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O custo da extração do petróleo no Brasil triplicou nos últimos cinco anos, segundo levantamento do Instituto de Pesquisas Econômica Aplicada (Ipea) nesta terça-feira (1). De acordo com a pesquisa, que assume os dados da Petrobras como referência, a extração de um barril custava US$ 3,42 no terceiro trimestre de 2003. No mesmo período de 2008, esse valor saltou para US$ 10,42.

Essa alta, segundo o Ipea reflete "não somente um cenário de escassez mundial de equipamentos e serviços, como também a expansão da fronteira petrolífera em direção a áreas mais inóspitas, leia-se, no caso brasileiro, a exploração offshore em profundidades cada vez maiores".

De acordo com o Instituto, a produção petrolífera da Petrobras deve alcançar, em 2020, 3,9 milhões de barris por dia, sendo 1,8 milhão do pré-sal, o equivalente a 46%. Somada à produção das outras empresas, o setor de petróleo chegaria a 2020 produzindo 5 milhões de barris diários. Em 2007, aponta o Ipea, esse valor não chegava a 2 milhões.

Se esse volume for alcançado, o país teria um excedente de 2 milhões de barris por dia, considerando uma demanda estimada pelo Ipea em 3 milhões de barris.

"Neste caso, seria colocada para o país uma escolha sobre o que fazer com este excedente: exportar o óleo bruto ou exportar os derivados. A escolha pela opção de exportação de derivados é melhor do ponto de vista econômico, ao assegurar maior valor agregado à atividade produtiva do setor petrolífero como um todo e para a economia nacional, por consequência. Mas se por um lado esta opção é a mais atrativa, a sua escolha depende, todavia, de outro aspecto relevante que é a expansão da capacidade de refino do país", diz o estudo.

De 2014 até 2020, são estimados gastos de US$ 82,5 bilhões no desenvolvimento da produção do pré-sal. Já a estratégia da Petrobras para a área de refino é investir, até 2013, aproximadamente,US$ 35 bilhões. Em 2020, a empresa espera processar 3.012 mil barris por dia.No setor de gás, as expectativas são de que, em 2020, a oferta salte dos atuais 129 milhões de metros cúbicos diários para 70 m³ por dia. A demanda estimada para aquele ano é de 175 milhões m³ por dia.