O Brasil tem o terceiro maior spread bancário do mundo, atrás apenas do Zimbábue e de Madagascar, aponta o Banco Mundial. O spread é a diferença entre a taxa que o banco paga para levantar dinheeiro e a que ele cobra do cliente. No ano passado, o spread brasileiro era de 27,4 pontos percentuais, segundo o levantamento.
Números mais recentes do Banco Central, referentes a junho, mostravam que essa diferença era de 22,07 pontos percentuais, a segunda maior desde agosto de 2017. Ela é mais elevada para as pessoas físicas (28,23 p.p.) do que para as jurídicas (9,75 p.p.).
O Relatório de Economia Bancária do BC mostra que o spread, no ano passado, era composto por inadimplência (30%), despesas administrativas (26%), tributos e Fundo Garantidor do Crédito (22%) e margens das instituições financeiras (22%). “Custos elevados na recuperação de ativos e insegurança jurídica acabam contribuindo para elevar o spread bancário”, destaca Sílvio Campos Neto, economista e sócio da Tendências Consultoria.
Dados de 2020 do relatório “Doing Business”, também do Banco Mundial, apontavam para uma taxa de recuperação de apenas 18,2% dos ativos de uma empresa insolvente em um prazo de quatro anos. A média de recuperação na América Latina e Caribe era de 31,2% em um prazo de 2,9 anos. Nos países da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), esse índice era de uma média de 70,2% em somente 1,7 ano.
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