Ao fazer um financiamento para a compra da casa, do carro ou para um empréstimo pessoal, o cliente deve ter em mente que os custos embutidos vão além das taxas de juros.
Nas contas de cada mês, é preciso colocar no papel o chamado Custo Efetivo Total (CET), que consiste na soma de tudo o que é cobrado nos financiamentos, como as taxas de juros, os tributos – a exemplo do IOF – e a abertura do crédito, descontada pelo banco ou financeira quando o comprador contrai uma dívida.
TABELA: Veja as taxas de juros mensais e anuais de alguns dos principais financiamentos do mercado
O vice-presidente da Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade (Anefac), Miguel de Oliveira, afirma, porém, que o CET varia conforme a instituição financeira e o perfil do consumidor. “Cada caso é um caso, porque os custos dependem do comprometimento da renda de cada pessoa e a relação que o cliente tem com o banco”, diz.
No entanto, há levantamentos que servem como termômetros capazes de indicar os juros das principais modalidades de financiamentos. De acordo com a pesquisa mensal da Anefac, referente ao mês de outubro, os do tipo imobiliário estão em 11% ao ano; o CDC (Crédito Direto ao Consumidor) para automóveis em 30,15% ao ano; e o crédito consignado em 24,84% ao ano. Em 2015, a Selic, taxa básica de juros, se mantém nos 14,25% ao ano.
Sem contar os juros, a compra da casa própria tem entre as taxas embutidas a de abertura do financiamento, a avaliação do imóvel e as custas cartoriais, gastos que encarecem o bem em cerca de 5%, dependendo do perfil da pessoa.
Já o CDC, que é uma das maneiras mais comuns de se parcelar um automóvel no Brasil, tem a incidência do IOF, que é de 3%, e da abertura de crédito; mesmos valores cobrados no crédito consignado, que, segundo Oliveira, é o mais barato do país.
Fora os índices da Anefac, uma das formas disponíveis para o consumidor calcular as taxas cobradas para operações de crédito é o Banco Central, que possui um ranking com os preços praticados por 44 instituições.
Melhor momento
Mas, antes de contrair uma dívida de longo prazo, o vice-presidente da Anefac aconselha que as pessoas avaliem se este é o melhor momento para assumir essa responsabilidade. “Em um ambiente de juros e inflação altos, a primeira pergunta que se deve fazer é: é possível adiar esta dívida ou ela é inevitável?”, afirma.
Oliveira considera que diante das perspectivas de melhora do cenário econômico para 2017, com previsão de queda na taxa de juros e de menores riscos para a compra de crédito, o ideal é esperar até lá antes de adquirir um financiamento.