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Competitividade

Custos elevados desafiam empresas

Darlei Ribeiro Prado, da Durlicouros: despesa no Brasil ainda é muito alta | Marcelo Elias/ Gazeta do Povo
Darlei Ribeiro Prado, da Durlicouros: despesa no Brasil ainda é muito alta (Foto: Marcelo Elias/ Gazeta do Povo)

A fabricante de cigarros Souza Cruz, apesar de ter uma das suas três usinas de processamento de fumo no Paraná, utiliza apenas os portos de Itajaí (SC) e de Rio Grande (RS) para escoar sua produção para o exterior. "Já usamos o Porto de Paranaguá algumas vezes, a principal delas foi nas enchentes de 2008, quando o porto de Itajaí ficou destruído. Mas ocorreram também outras situações menores e pontuais. O maior problema em usar o porto paranaense hoje é o custo, porque o frete dos contêineres pela rodovia é caro", diz o gerente de logística e exportação de tabaco da empresa, Otávio Vitiello.A escolha dos terminais mais ao Sul têm ligação direta com a estrutura da Souza Cruz, cuja planta industrial paranaense nos anos 80 era estrategicamente voltada para o mercado doméstico.

Quando há algum tipo de problema nos portos que utiliza, cada contêiner que é deslocado de Itajaí para Paranaguá aumenta o custo em R$ 2.657. Se a Souza Cruz ficasse impossibilitada de exportar via Itajaí durante um mês inteiro, ela gastaria R$ 1,2 milhão a mais para transportar por meio do terminal paranaense. "Para operar via Paranaguá com frequência teríamos que instalar estrutura própria no estado. Só assim para baixar o custo." Dos 460 contêineres exportados em média por mês pela Souza Cruz, cerca de 50% vão para a Europa.

Uma das primeiras empresas paranaenses a utilizar o porto de Navegantes para escoamento de produção ao exterior foi a Bosch, com fábrica na Cidade Industrial de Curitiba (CIC). O terminal catarinense foi adicionado à carteira de clientes, que ainda conta com Paranaguá e Santos, dos quais já era cliente antiga. Segundo a avaliação do vice-presidente da divisão Diesel Systems da Bosch, Daniel Korioth, é natural haver espaço para ampliações e melhorias. Sem citar valores, ele diz que o eventual fechamento temporário dos terminais logísticos causa prejuízos de ordem produtiva e financeira, chegando a acarretar paradas na produção da fábrica. A fábrica exporta hoje em torno de dez contêineres por mês.

Já a Durlicouros, fabricante de couro com unidades fabris em Mato Grosso, Pará, Paraná e Rio Grande do Sul, escolheu a Região Metropolitana de Curitiba para instalar o seu centro de distribuição há cerca de três anos justamente em função da proximidade com o Porto de Paranaguá. "Optamos por esta estratégia porque atendemos clientes grandes na Europa e na Ásia, então não há muita margem para erro. São clientes que exigem não apenas qualidade e quantidade, mas também prazo. Às vezes até tomo prejuízo neste trajeto apenas para manter o nome e a tradição da empresa com os clientes. Infelizmente o tal ‘custo Brasil’ ainda é muito alto", diz o gerente de projetos da Durlicouros, Darlei Ribeiro Prado. A empresa envia todos os meses, principalmente para China, Itália, Hong Kong e Vietnã, entre 150 e 180 contêineres de couros Wet Blue, Crust e Acabado.

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