Pressionados pelo câmbio e pelo aumento dos juros, os custos industriais cresceram 3,6% no terceiro trimestre de 2013 ante o segundo trimestre, informou, nesta terça-feira, 10, a Confederação Nacional da Indústria (CNI). Todos os custos levados em conta no indicador (de produção, de capital de giro e tributário) mostraram alta na comparação com o trimestre anterior.
"Após quatro trimestres consecutivos em que os preços dos produtos manufaturados cresceram mais que os custos, a indústria brasileira voltou a sentir pressão sobre sua margem de lucro", aponta a CNI. No terceiro trimestre de 2013, o crescimento dos custos industriais, de 3,6%, ficou acima da alta dos preços domésticos dos manufaturados, de 2,4%. "Apesar do aumento dos custos, a desvalorização da moeda doméstica fez com que os preços dos importados e dos produtos manufaturados nos Estados Unidos, ambos em reais, crescessem mais que os custos, favorecendo a competitividade dos produtos domésticos", aponta a CNI.
Para a entidade, a volatilidade do câmbio impede que sejam feitas projeções para os próximos períodos. "Como o comportamento cambial é instável e de difícil previsão, não é possível traçar perspectivas de manutenção desse cenário para os próximos trimestres."
Gastos
O custo de produção, que considera os gastos com pessoal, bens intermediários e energia, subiu 3,7% no período. Foi o maior aumento dos últimos cinco trimestres, segundo a CNI. Parte do aumento é resultado da alta de 4,7% nos custos de bens intermediários, como insumos e matérias-primas. A maior elevação de 6,4%, foi dos bens intermediários importados, impulsionada pela desvalorização do real diante do dólar.
Já os custos dos insumos nacionais aumentaram 4,4%. O custo da energia, que inclui energia elétrica e óleo combustível, teve alta de 0,8% no terceiro trimestre na comparação com o segundo, puxado pelo crescimento de 1% no custo da energia elétrica. O custo com óleo combustível ficou estável, com alta de 0,1%. O custo com pessoal cresceu 1,1% na mesma base de comparação.
Segundo o indicador, o custo de capital de giro aumentou 13,1%. "Esse movimento está diretamente ligado à interrupção da política de redução dos juros e à retomada do ciclo de crescimento da taxa Selic, que já subiu 2,75 pontos percentuais desde abril deste ano", avalia a CNI. O custo tributário aumentou 2,3% na comparação com o trimestre imediatamente anterior. De acordo com a CNI, isso reflete a interrupção do processo de desoneração da produção.