A presidente da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), Maria Helena Santana, disse que a autarquia está investigando a alta nos preços das ações da TAM na ultima sexta-feira, data do anúncio do acordo de fusão com a chilena LAN. Os papéis da TAM encerraram o pregão com alta de 27,64%, cotadas a R$ 36,20. A operação foi anunciada no fim da tarde, com as negociações da bolsa ainda abertas.
Durante a maior parte daquele dia as ações da companhia operaram em baixa, influenciadas pelo prejuízo que a TAM registrou no segundo trimestre, de R$ 154,1 milhões. Além disso, o número de negócios com papéis da empresa saltou de 998 na quinta-feira para 9.710 no dia seguinte. O ânimo dos investidores com o setor aéreo afetou também a Gol, que encerrou o dia com alta de 10,63%.
No pregão de ontem, no entanto, a Gol teve queda de 5,76%. As ações da TAM fecharam em baixa de 0,49%, com um número de negócios que chegou a 21.245.
Maria Helena ressaltou que não comentaria o caso específico da TAM, mas disse que esse tipo de investigação é o procedimento padrão em casos que envolvem oscilações no preço de papéis antes da divulgação de informação relevante. A análise inclui pedido de informações para a empresa, com dados sobre quem estava envolvido na negociação, e para a bolsa sobre quem movimentou os papéis. De acordo com a presidente da CVM, investigações desse tipo não costumam ser concluídas no mesmo ano do início das apurações porque a autarquia "poderia ser pressionada pelo clamor público".
Bologna
O presidente da holding TAM S.A., Marco Bologna, afirmou que é obrigação da CVM investigar [se houve vazamento], mas diz que a companhia "cumpriu com as obrigações necessárias". "Não houve movimentação atípica das ações", disse. "E, quando houve as primeiras notícias, comunicamos a CVM e a BM&FBovespa e tivemos a cautela de suspender as negociações das ações."
Bologna diz que a empresa estava se preparando para comunicar o acordo após o fechamento do mercado. "Fomos pegos aos 45 minutos do segundo tempo."
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