Dados preliminares de julho adiantados hoje pelo chefe do Departamento Econômico do Banco Central (BC), Túlio Maciel, mostram novos aumentos nas taxas de juros em julho, depois da queda verificada no mês anterior.
No geral do crédito livre, os juros aumentaram 0,7 ponto porcentual até o dia 13 deste mês na comparação com o fechamento de junho, chegando a 40,2% ao ano. Para pessoas físicas, o aumento foi de 0,8 ponto porcentual, para 46,9% ao ano, enquanto para pessoas jurídicas a expansão foi de 0,7 ponto porcentual, para 31,5% ao ano.
O mesmo ocorreu com os spreads cobrados pelas instituições financeiras nessas operações, que cresceram 0,6 ponto porcentual até o dia 13 deste mês, com a mesma variação tanto para o crédito às famílias quanto nos empréstimos às empresas.
Nos nove primeiro dias úteis de julho, o saldo de concessões de crédito aumentou 1,1% ante o mesmo período de junho, com expansão também de 1,1% para pessoas físicas e de 1% para pessoas jurídicas.
Já a média diária de concessões registrou 0,8% de crescimento na mesma comparação, sendo que a média de empréstimos às famílias aumentou 1,4% enquanto a média diária de liberação de crédito às empresas cresceu 0,3%.
Recuo
O recuo de 0,5 ponto porcentual da taxa de juros do crédito livre em junho, para 39,5%, foi um ajuste pontual e pode refletir a estabilização da inadimplência nos últimos meses, avaliou o chefe do Departamento Econômico do Banco Central, Túlio Maciel. No primeiro semestre do ano, a taxa de juros acumulou alta de 4,5 ponto porcentual, relacionada ao aumento da taxa Selic no período.
"A perda de fôlego na inadimplência também pode ser observada quando olhamos os atrasos inferiores a 90 dias, que atingiram pico de 6,7% em março, mas recuaram e se mantiveram em 6,3% em junho", completou Maciel, afirmando que esse movimento sinaliza um recuo nos atrasos superiores a 90 dias nos meses à frente.
Para Maciel, condições como a continuidade do crescimento da economia brasileira, com aumento do emprego e da renda, geram perspectivas favoráveis em relação à inadimplência, que interrompeu uma série de cinco meses de expansão e ficou estável em 5,1% em junho.