Ano novo e vida nova para a indústria brasileira. Depois de um 2012 em queda, a produção industrial fechou o primeiro mês de 2013 em alta de 2,5% em relação a dezembro. A alta foi puxada, principalmente, pelo bom resultado da produção de bens de capital, que avançou 8,2% em relação ao mês anterior. No acumulado dos últimos doze meses, no entanto, o resultado ainda é negativo: queda de 1,9% na indústria em geral e 9,7% nos bens de capital. Os dados são do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
O resultado é o primeiro sinal de uma possível retomada para o setor após a produção uma registrar leve alta de 0,2% em dezembro e queda de 1,3% em novembro. Mais que um setor de destaque, a produção apresentou alta generalizada. "Foi um comportamento predominantemente positivo. A maior parte das atividades investigadas acompanha este movimento", afirma o gerente da Coordenação de Indústria do IBGE, André Macedo. Dos 27 ramos pesquisados pelo instituto, 18 apresentaram alta e nove deles cresceram 4% ou mais.
Entre os setores de melhor desempenho de dezembro para janeiro, os destaques são a produção de calçados e artigos de couro (13,8%), mobiliário (8,5%) e eletrônico e equipamentos de comunicação (10,5%). Veículos automotores, com 4,7% de crescimento, também foi uma das maiores altas.
Respiro
A alta parece ser o primeiro reflexo da política de queda na taxa de juros e desoneração de algumas atividades industriais. "Isso indica que teremos, como tem sido afirmado, um crescimento mais rápido da economia neste ano. Esperamos que essa recuperação continue nos próximos meses", projeta o secretário executivo do Ministério da Fazenda, Nelson Barbosa.
Para o economista Roberto Zurcher, da Federação das Indústrias do Estado do Paraná (Fiep), ainda é cedo afirmar que existe um movimento de retomada, mas os números apontam para uma reação que já se desenhava no terceiro trimestre de 2012 e esperava-se que chegasse ao seu auge no segundo semestre de 2013. "Para que isso de fato se torne uma tendência, é essencial que o governo continue tentando reduzir a carga tributária para o setor. Caso contrário, este movimento não passará de um suspiro", completa Zurcher.
O economista observa que as altas são expressivas, pois a base de comparação é baixa. A exemplo disto, comparada com janeiro de 2012 a indústria em janeiro deste ano registrou alta de 17,3%.