O aumento da População Economicamente Ativa (PEA) e da parcela de trabalhadores ocupados no mês de novembro, ante igual mês do ano passado, é um indicativo favorável de que a recuperação do crescimento da economia está refletindo no mercado de trabalho. A opinião é do economista-chefe da Mauá Sekular, Rodrigo Melo.
Para ele, há sinais de melhora, mas a pressão inflacionária no início de 2013 pode comprometer o rendimento real do trabalhador.
"Quando a economia está em processo de retomada, a PEA e a população ocupada tendem a crescer mais fortemente. Isso ajuda o desemprego a não cair tão rapidamente, trabalha como uma espécie de amortecedor da variação [do desemprego]", disse, referindo-se ao aumento de 2,5% da PEA e à alta de 2,8% da população ocupada em novembro frente a um ano antes. Os dados foram divulgados na última sexta-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A taxa de desemprego, por sua vez, ficou em 4,9% no penúltimo mês de 2011.
"A taxa [de desemprego] mostrou ligeira melhora. O dado da população ocupada está em sintonia com alguma melhora que tem mostrado a atividade. Tem sinais mais favoráveis da economia pegando no mercado de trabalho", reforçou.
O economista também ressalta que, como a inflação está acelerando e tende a ficar mais elevada no começo do ano, a tendência é que o rendimento dos trabalhadores diminua em 2013. "Como temos uma trajetória pior da inflação, a expectativa é de que isso afete o rendimento real, que pode desacelerar."
De acordo com o IBGE, em novembro, o rendimento médio real dos trabalhadores subiu 0,8% na comparação com outubro e avançou 5,3% frente a novembro de 2011.