O emprego industrial tem recuado de forma menos intensa do que a produção no ano, indicando que os empresários ainda estão otimistas sobre uma recuperação da atividade nos próximos meses, segundo Fernando Abritta, pesquisador da Coordenação de Indústria do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Na passagem de outubro para novembro, enquanto o número de trabalhadores na indústria ficou estável (0,0%), a produção caiu 0,6%. De janeiro a novembro de 2012, a queda acumulada na produção alcançou 2,6%, e o pessoal ocupado registrou retração de 1,4%.

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"No ano, o emprego industrial está caindo de forma menos intensa do que a produção, o que pode ser em função de uma perspectiva mais positiva para os meses seguintes. A expectativa de melhora no segundo semestre de 2012 não se concretizou, mas essa perspectiva favorável se mantém para 2013", justificou Abritta.

Os empresários estariam optando por reter funcionários, mesmo com as perdas registradas na produção, para evitar o custo de demissão e readmissão mais à frente. "É caro admitir para readmitir depois. Tem o custo de treinamento, que são três meses e mais o custo de seis salários na demissão. Então são nove salários", explicou o pesquisador do IBGE.

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Em relação à forte expansão na folha de pagamento da indústria em novembro, Abritta esclarece que o movimento foi atípico, marcado pelo pagamento de 13º salário e participação nos lucros. A alta foi de 7,8% em novembro ante outubro. "Pode ter havido também demissões, e essa folha de pagamento inclui as indenizações motivadas pelas demissões. Tem também o ganho real de renda, já que os trabalhadores têm conseguido em acordos sindicais reajustes salariais acima da inflação", lembrou o pesquisador.