O ministro do Planejamento da Argentina, Julio de Vido, afirmou nesta terça-feira (17) que negociará com a empresa espanhola Repsol o valor da indenização pelas ações expropriadas pelo governo de Cristina Fernández de Kirchner.
Mais cedo, o presidente da companhia, Antonio Brufau, criticou a proposta da presidente e afirmou que pedirá "mais de US$ 10 bilhões de indenização". "Vamos aceitar o que proponha a lei, que fixará um valor", afirmou De Vido, que reclamou dos danos ambientais e patrimoniais ocasionados pela empresa.
"Os senhores governadores têm muitas reclamações para fazer. Deixaram fotos do desastre que ficou a infraestrutura de produção. Isso, nesse momento da história, tem seu custo e vão ter que pagar, porque o meio ambiente não se rifa, tem um preço. Vamos ser absolutamente inflexíveis."
O ministro afirmou que os eventuais prejuízos ambientais serão considerados no momento em que se determine o valor da indenização.
Em sessão no Senado argentino, De Vido ainda bateu boca com senador da União Cívica Radical (UCR) Luis Naydenoff, quem lembrou que os Kirchner apoiaram a privatização da YPF em 1992, no governo de Carlos Menem.
OposiçãoMais cedo, o chefe de governo de Buenos Aires, Mauricio Macri, um dos principais nomes da oposição, condenou a expropriação de ações da petroleira, dizendo que a medida "endividará a Argentina e deixará o país longe do mundo".
"Os mesmos que em 92 decidiram privatizá-la decidem estatizar hoje, quando o centro do debate deveria ser analisar porque a política energética foi um fracasso e porque a Argentina não depende de si mesma".
Macri afirmou que a decisão vai "contra os interesses dos argentinos" e pediu aos deputados que pensem mais antes de aprovar a expropriação. O chefe de governo anunciou que seu bloco partidário, o Pro, votará contra a medida.
Perguntado sobre outros modelos para a petroleira, Macri declarou que a Petrobras, empresa mista de capital aberto, deveria ter sido o modelo para os argentinos quando houve a privatização.Sobre as declarações, Julio de Vido criticou o chefe de governo, dizendo que Macri pensa em uma "Argentina premium". "Macri quer tudo premium, uma gasolina premium, uma passagem de metrô premium, uma Argentina premium que nos levou a esse desastre econômico".
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