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Combustíveis

Datagro defende fim do preço artificial da gasolina

O debate sobre a necessidade de reajuste do preço da gasolina deverá ter resultado depois das eleições, avalia o presidente da Datagro Consultoria Plínio Nastari. Em sua opinião, diante do prejuízo divulgado pela Petrobras, fica insustentável manter o preço da gasolina em patamar artificial por muito mais tempo.

"Não há justificativa econômica nem lógica para a manutenção da gasolina em patamares baixos", disse ele durante evento sobre energia organizado pela Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), realizado nesta terça-feira em São Paulo. Nastari avalia que a defasagem de preço já ocorria, mas era mascarada pelo câmbio em torno de R$ 1,5. Com a alta do dólar, o problema aflorou.

Segundo especialistas, a manutenção do preço artificial da gasolina há mais de cinco anos é o principal motivo da perda de competitividade do etanol no mercado doméstico. Para o presidente interino da União da Indústria da Cana-de-Açúcar (Unica), Antonio de Padua Rodrigues, a competitividade do etanol hoje está restrita ao Estado de São Paulo, responsável pelo consumo de 60% do combustível renovável. "Como é incerto o aumento do preço da gasolina, o setor terá de encontrar formas de redução de custo para voltar a ser competitivo."

Padua explica que esse potencial de redução de custo está basicamente em um ajuste tributário. Hoje, a grande diferença paulista é a cobrança de ICMS de apenas 12%, enquanto na maioria dos Estados brasileiros oscila entre 25% e 30%. "Essa falta de competitividade está afastando novos investidores no setor sucroalcooleiro", afirmou.

O presidente da Única diz que enquanto em São Paulo o investimento em etanol gera um retorno de 4% ao ano, os recursos aplicados no setor produtivo buscam no mínimo rentabilidade de 14% ao ano. "Diante desse cenário, se nada mudar, os investimentos para o setor sucroalcooleiro não virão do mercado".

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