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Crise financeira

Davos foca comércio em meio a temor de protecionismo

Líderes mundiais que buscam uma esperança em meio ao ambiente de recessão voltaram as atenções neste sábado para um acordo de comércio global há tempos paralisado e cada vez mais visto como um baluarte necessário contra a ameaça crescente do protecionismo. No Fórum Econômico Mundial, em Davos, o primeiro-ministro britânico, Gordon Brown, alertou que as incertezas sobre a crise financeira global não são motivos para recuar do livre comércio, afirmando que a cooperação é o único caminho adiante.

"Isso não é como nos anos 1930. O mundo pode se juntar", disse ele. "Esta é uma crise bancária global e você precisa lidar com isso da forma como é, uma crise bancária global." Brown reiterou a necessidade de novos sistemas para desviar crises futuras, um foco chave de um encontro do Grupo dos 20 (G-20) em Londres, em abril. Brown e outros líderes acreditam que um sistema de alerta antecipado internacional poderia ter evitado o rápido contágio planetário nos mercados financeiros no ano passado.

A ministra das Finanças da França, Christine Lagarde, cujo país enfrentou greves e protestos na quinta-feira de trabalhadores irritados com a forma como o governo lida com a crise, enfatizou os desafios de ajudar indústrias atrofiadas sem prejudicar o livre comércio. "Estamos enfrentando dois grandes riscos: o primeiro é a tensão social. O segundo é o risco de protecionismo", afirmou Lagarde. O primeiro-ministro do Japão, Taro Aso, disse que seu país fará sua parte. "Nós iremos firmemente combater o protecionismo".

O diretor-geral da Organização Mundial do Comércio (OMC), Pascal Lamy, deverá subir no palco mais tarde após um encontro com negociadores de cerca de 20 países, que aconteceu paralelamente ao fórum.

Duas autoridades seniores disseram que a reunião terminou sem um plano concreto de avançar com a Rodada Doha de negociações de comércio, que está paralisada por causa de desentendimentos entre nações ricas e pobres sobre a abertura dos mercados industriais e agrícolas. As autoridades, que pediram para não ser identificadas, disseram que os países praticamente se prenderam a declarações de apoio ao acordo de comércio, mas sem prometer novas concessões.

O presidente dos EUA, Barack Obama, ainda não tem um representante de comércio, mas foi representado por Peter Allgeier, um remanescente do governo Bush que trabalhou como embaixador na OMC. Ele falou em termos gerais sobre a escolha de Obama para novo chefe do comércio, o ex-prefeito de Dallas Ron Kirk, mas não foi além disso, informaram as autoridades.

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