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Davos tem acordo para defesa do livre comércio

Há gente querendo jogar o livre comércio na "latrina", juntamente com o resto do Consenso de Washington, disse sábado (31) o diretor-geral da Organização Mundial do Comércio (OMC), Pascal Lamy. A frase resume as preocupações discutidas na reunião informal de ministros, num evento paralelo ao Fórum Econômico Mundial, em Davos. "O comércio deve ser parte da solução da crise, por seu efeito multiplicador de renda e de empregos e, por isso, é urgente retomar e concluir as negociações globais da Rodada Doha", disse Lamy.

Representantes de 44 países, incluídos os 27 da União Europeia (UE), produziram declaração com três pontos principais: (1) dar máxima prioridade à conclusão da Rodada Doha, tomando como base os pontos acordados até 2008; (2) renunciar à criação de novas barreiras ao comércio de bens e serviços, à imposição de restrições à exportação ou à adoção de medidas de estímulo contrárias às normas da OMC; (3) apoiar esforços para monitorar novas medidas capazes de afetar o comércio. O ministro do Comércio e Indústria do Egito, Rachid Mohamed Rachid, propôs encontro ministerial antes da próxima reunião do Grupo dos 20 (G-20), marcada para abril, em Londres. A ideia foi apoiada por vários participantes, mas nenhuma decisão foi tomada por enquanto.

Pressionados pela crise global, governos estão criando barreiras diretamente ou distorcendo o comércio de forma indireta, por meio de pacotes de estímulo econômico. Em tempos de recessão e de desemprego, os governos sofrem pressões para agir dessa maneira, disse Lamy, e as medidas protecionistas tendem a multiplicar-se por um efeito dominó. Até agora não houve nada dramaticamente ruim, acrescentou, mas há sinais preocupantes e é preciso manter a vigilância. "Os mesmos políticos que falam a favor do livre comércio recebem nos gabinetes lobistas que pedem medidas protecionistas", afirmou a ministra do Comércio da Suíça Doris Leuthard.

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