O jornalista Carlos Alberto Sardenberg conversou com a repórter Lana Kanepa sobre o desempenho da economia brasileira este ano. Comentarista econômico com mais de 40 anos de experiência, é âncora da rádio CBN e, esporadicamente, do Jornal da Globo.
O que esperar do desempenho da economia para este ano?
O ambiente da economia hoje é de baixo crescimento e inflação elevada, que é o contrário do que deveria ser. Deveríamos ter crescimento alto e inflação baixa. Nós estamos em uma armadilha que atrapalha determinados tipos de investimentos. Na verdade a inflação em alta atrapalha todo mundo. Dado esse ambiente macroeconômico meio inóspito, as pessoas precisam ficar mais atentas para lidar com isso, em todos os seus aspectos, no emprego, nos investimentos, e na aposentadoria.
E que cautelas as pessoas devem adotar agora?
Por exemplo, a poupança como investimento. Temos que levar em consideração que estamos com a inflação alta, e aparentemente não há perspectiva de voltar a um índice de 4,5% ao ano, nos próximos anos. Poupança perde da inflação. Se você conseguir fazer algum tipo de investimento que seja vinculado a índices de preços é melhor. Outra coisa, se você vai negociar salário, você deve considerar a inflação no reajuste salarial. Nem sempre o empregador vai concordar com isso, mas o ideal seria pedir o aumento descontando a inflação, já que ela vai ter peso nos seus ganhos. Plano de aposentadoria, você tem que calcular considerando que vai ter uma inflação de 6% ao ano.
A alta dos preços também tem impacto nos investimentos em bolsa?
Temos que ter consciência que essa alta vai afetar todos os setores da economia. Por exemplo, aplicar em empresas de varejo é bom ou é ruim? É uma escolha difícil, mas, em princípio, é bom porque as empresas de varejo estão repassando inflação. Embora o volume de vendas tenha diminuído, o faturamento das empresas aumentou. Mas as empresas que têm preço tabelado e custo elevado, como a Petrobras, já não são tão atraentes.
É um bom momento para o mercado imobiliário?
Sim. O crédito imobiliário voltou no Brasil. Hoje ele é importante e crescente. Há algumas décadas a instabilidade era muito maior, e o crédito imobiliário, que era para contratos de longo prazo, tinha ficado de lado.
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O que será dos arrendamentos portuários?
Enquanto o Senado discute a Medida Provisória 595, a chamada MP dos Portos, está vencendo uma boa parte dos antigos contratos de arrendamento de áreas portuárias, firmados antes da Lei dos Portos, que é de 1993. Em Paranaguá, dos 12 contratos anteriores a 1993, um vence em dezembro deste ano (o da cooperativa Coamo) e seis perderam validade ao longo do ano passado: um da Centro-Sul Serviços Marítimos, dois da Bunge, um da Cargill, um da cooperativa Cotriguaçu e outro da União Vopak.
Em princípio, a legislação atual diz que esses contratos antigos não podem ser renovados, mas sim relicitados. O texto original da MP dos Portos mudava o modelo de licitação: em vez do maior valor de outorga, venceriam as menores tarifas e os maiores investimentos. Tudo centralizado na Secretaria dos Portos (SEP) e na Antaq.
O texto que avança no Senado, e que deve ir à votação nesta semana, incluiu 140 emendas, entre elas uma que prevê a renovação de contratos antigos e novos e outra que permite que o Executivo continue delegando o processo licitatório às autoridades portuárias locais. Essas mudanças no texto original, porém, ocorreram sem qualquer garantia de que vão passar ilesas pelo Planalto.
Sob encomenda
Foz do Iguaçu e região ganham nesta terça o Ballroom Bourbon, um espaço para eventos com capacidade para 1,4 mil pessoas. O Bourbon Cataratas Resort & Spa investiu R$ 6 milhões na obra.
O recinto tem pré-instalação para receber equipamentos tecnológicos de qualquer porte e mantém uma equipe de plantão para emergências de toda ordem, da governança à montagem. O Ballroom abre de agenda cheia, com quatro grandes eventos no mês. Casamentos estão programados para novembro e dezembro. "Muitos clientes fecharam as datas ainda durante a obra", conta o diretor-geral da unidade, Osvaldo Julio Neto.
Pesquisa para turista ver
Cerca de R$ 1 milhão serão investidos em pesquisas para aprofundar a exploração do potencial turístico em cada uma das regiões dos parques nacionais de Foz do Iguaçu (PR), Jalapão (TO), Aparados da Serra (RS e SC), Lençóis Maranhenses (MA) e a fronteira Acre/Peru (Serra do Divisor). O dinheiro será liberado via Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), por meio de editais que o Ministério do Turismo publicará para licitar as empresas encarregadas dos projetos.
A medida faz parte do Plano Nacional de Turismo. Hoje, o país fatura R$ 30 milhões por ano nas visitações dos parques nacionais. Nos Estados Unidos, essa receita sobe para US$ 150 bilhões por ano. "E o Brasil é o primeiro no ranking mundial de belezas naturais. É preciso investir nesse potencial", diz o secretário nacional de Políticas de Turismo do MTur, Vinícius Lummertz.
Inovação
Curitiba será a terceira cidade a receber o 15.º Encontro Locaweb de Profissionais da Internet, evento organizado para apresentar conteúdo de qualidade aos profissionais da internet e empreendedores de seis capitais brasileiras, além de incentivar o relacionamento entre eles e ampliar o contato entre clientes e fornecedores.
As palestras serão dadas em duas salas do Centro de Eventos da Fiep, nesta terça, das 8h às 18h30. As inscrições podem ser feitas no site www.encontrolocaweb.com.br/inscricao.