O número de transações com cartões de débito deve se consolidar neste ano acima das operações com cartões de crédito, segundo o presidente da Associação Brasileira das Empresas de Cartões de Crédito e Serviços (Abecs), Claudio Yamaguti. O maior uso do cartão de débito pelos consumidores, de acordo com Yamaguti, foi observado nas transações de valores menores, em que o parcelamento é mais raro.
"A origem do cartão de débito foi para sacar dinheiro nos caixas dos bancos, mas o comércio vem aumentando sua participação nas transações. Essa é uma tendência que vai seguir, já que cada vez mais os estabelecimentos comerciais estão aceitando o cartão de débito, para não perder vendas", disse Yamaguti.
Segundo o executivo, apenas 18% das transações com débito no país são feitas no comércio, porcentual que deve avançar. O restante das transações é realizado em terminais de autoatendimento de bancos. Nos Estados Unidos, por exemplo, 75% das compras são feitas com o uso do cartão de débito.
A maior participação das classes sociais C, D e E no consumo brasileiro também é apontada pelo executivo como um dos fatores que deverão impulsionar o volume de transações. "Esses novos usuários já entram no mercado com um cartão de débito, que é vinculado a uma conta bancária", destacou.
No ano passado, segundo a Abecs, dos 8,3 bilhões de transações com cartões no país, houve uma igualdade na distribuição entre o débito e crédito cada um respondeu por 3,4 bilhões de operações, enquanto foram realizadas 1,4 bilhão transações de cartões de redes de lojas.
Em termos de faturamento, porém, o cartão de crédito deve seguir na dianteira. Dos R$ 670 bilhões movimentados pela indústria no ano passado, o crédito representou R$ 386 bilhões, alta de 23% na comparação com 2010. Já o débito somou R$ 199,8 bilhões (alta de 25%), e os de rede de lojas, R$ 84,2 bilhões (23%).
O tíquete médio dos cartões de crédito somou R$ 113 no ano passado, 6% a mais que em 2010. O valor médio das compras com débito foi de R$ 58 (alta de 4% ante 2010) e de redes de lojas, de R$ 57 (7%).
Famílias endividadas
O porcentual de famílias brasileiras endividadas apresentou ligeira alta em março, alcançando 57,8% ante 57,4% em fevereiro de 2012, segundo a Confederação Nacional do Comércio (CNC). Trata-se de débitos em cheque pré-datado, cartão de crédito, carnê de loja, empréstimo pessoal, prestação de carro ou seguros.