Novos usos para o cartão de débito, antes mais usado para saques, fará a modalidade superar o cartão de crédito em transações| Foto: Antônio Costa/ Gazeta do Povo

Perspectivas

Febraban prevê alta de 16,6% nos empréstimos

Agência Estado

As operações de crédito da carteira total do Sistema Financeiro Nacional (SFN) deverão crescer 16,6% em 2012 e 16% em 2013, segundo a mediana das expectativas de 31 instituições consultadas entre 15 e 20 de março pela Federação Brasileira de Bancos (Febraban). Na pesquisa anterior, divulgada em janeiro, a previsão era de uma expansão de 16,5% neste ano e de 15,8% em 2013.

Segundo a pesquisa, o Produto Interno Bruto (PIB) deve encerrar o ano com alta de 3,3%. Para 2013, os analistas esperam uma expansão de 4,2%. Na pesquisa anterior, a projeção dos bancos apontava para uma expansão de 3,4% do PIB em 2012 e de 4,1% em 2013.

Para o IPCA, o levantamento mostra que a mediana das expectativas para este ano é de inflação de 5,3%, mesma taxa da pesquisa anterior. Para 2013, os analistas esperam inflação de 5,5%, um crescimento em relação aos 5,1% apontados na edição anterior da pesquisa. Em todos os casos, as perspectivas apontam para um IPCA acima do centro, mas abaixo do teto da meta perseguida pelo Banco Central.

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Expansão

Expansão de 24% foi registrada no mercado brasileiro de cartões em 2011, na comparação com 2010. O valor movimentado chegou a R$ 670 bilhões. O crescimento foi estimulado pela substituição dos meios de pagamento de papel por meios eletrônicos, pela maior aceitação do plástico em novos segmentos e pelo momento favorável da economia.

O número de transações com cartões de débito deve se consolidar neste ano acima das operações com cartões de crédito, segundo o presidente da Associação Brasileira das Empresas de Cartões de Crédito e Serviços (Abecs), Claudio Yama­guti. O maior uso do cartão de débito pelos consumidores, de acordo com Yamaguti, foi observado nas transações de valores menores, em que o parcelamento é mais raro.

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"A origem do cartão de débito foi para sacar dinheiro nos caixas dos bancos, mas o comércio vem aumentando sua participação nas transações. Essa é uma tendência que vai seguir, já que cada vez mais os estabelecimentos comerciais estão aceitando o cartão de débito, para não perder vendas", disse Yamaguti.

Segundo o executivo, apenas 18% das transações com débito no país são feitas no comércio, porcentual que deve avançar. O restante das transações é realizado em terminais de autoatendimento de bancos. Nos Estados Unidos, por exemplo, 75% das compras são feitas com o uso do cartão de débito.

A maior participação das classes sociais C, D e E no consumo brasileiro também é apontada pelo executivo como um dos fatores que deverão impulsionar o volume de transações. "Esses novos usuários já entram no mercado com um cartão de débito, que é vinculado a uma conta bancária", destacou.

No ano passado, segundo a Abecs, dos 8,3 bilhões de transações com cartões no país, houve uma igualdade na distribuição entre o débito e crédito – cada um respondeu por 3,4 bilhões de operações, enquanto foram realizadas 1,4 bilhão transações de cartões de redes de lojas.

Em termos de faturamento, porém, o cartão de crédito deve seguir na dianteira. Dos R$ 670 bilhões movimentados pela indústria no ano passado, o crédito representou R$ 386 bilhões, alta de 23% na comparação com 2010. Já o débito somou R$ 199,8 bilhões (alta de 25%), e os de rede de lojas, R$ 84,2 bilhões (23%).

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O tíquete médio dos cartões de crédito somou R$ 113 no ano passado, 6% a mais que em 2010. O valor médio das compras com débito foi de R$ 58 (alta de 4% ante 2010) e de redes de lojas, de R$ 57 (7%).

Famílias endividadas

O porcentual de famílias brasileiras endividadas apresentou ligeira alta em março, alcançando 57,8% ante 57,4% em fevereiro de 2012, segundo a Confederação Nacional do Comércio (CNC). Trata-se de débitos em cheque pré-datado, cartão de crédito, carnê de loja, empréstimo pessoal, prestação de carro ou seguros.