Mais de 80 milhões de trabalhadores do mercado formal vão receber a primeira parcela do 13.º salário até a próxima sexta-feira. Só no Paraná, são cerca de 5 milhões de pessoas. Em dezembro, será a vez do pagamento da segunda parte. Mas como usar o dinheirinho extra da melhor forma possível?
Depende. Se você faz parte dos 62% de endividados do Brasil, a recomendação dos especialistas é a seguinte: utilize o 13º salário para eliminar as dívidas com juros altos. O primeiro "vilão" é o cartão de crédito, que tem taxa de juros mensal de 9,37% ao mês, segundo a Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade (Anefac). No final do ano isso dá 192,94%. É muita coisa, não?
O segundo maior inimigo do bolso é o cheque especial, com taxa de juros na casa dos 7,89% ao mês. "Uma dívida nessa faixa dilapida e corrói as famílias, além gerar um desequilíbrio muito grande", relata o professor da escola de negócios da PUC-PR, Carlos Magno Bittencourt. Ao quitar, ou pelo menos reduzir as dívidas, o trabalhador pode ter um "respiro" para começar o novo ano com o pé direito.
Já se você não tem tantas dívidas, a dica é fazer um planejamento financeiro. Basta montar uma planilha em um caderno ou no computador e colocar qual receita o 13.º vai gerar. Com base nos números, você deve separar uma quantidade para as despesas de final de ano e a outra para quitar as dívidas de início do ano.
Janeiro e fevereiro, por exemplo, são os meses do IPTU, do IPVA e dos gastos gerais com educação. "É importante que o trabalhador se prepare para o começo do ano, que é sempre meio pesado. Há gastos extras, que às vezes as pessoas se esquecem", diz o coordenador do curso de Economia da Universidade Positivo, Lucas Dezordi.
Se após o pagamento das contas e das despesas de final do ano ainda sobrar um dinheirinho, invista. "Guarde uma parte para aplicar em um fundo de investimento ou em títulos públicos", sugere Marcos Antonio Pinheiro, consultor da Investmove empresa especializada em educação financeira.
Valor
Se você trabalhou os últimos 12 meses em uma empresa, o valor da primeira parcela do 13.º salário é exatamente a metade do seu salário bruto. Se o ordenado for de R$ 2 mil, por exemplo, a parcela a ser recebida é de R$ 1 mil.
Já para saber o valor da segunda parcela, é preciso fazer uma conta básica: basta pegar o salário bruto, descontar o INSS, que varia de 8% a 11%, e subtrair a alíquota do Imposto de Renda (IR), que pode ser entre 7,5% a 27,5%.
Quem trabalhou apenas alguns meses no ano também pode saber qual será o valor da primeira parcela. Basta dividir o salário bruto por 12 e multiplicar o resultado pelos meses trabalhados. O processo para saber da segunda parcela é igual ao realizado por quem trabalhou o ano inteiro.