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A decisão do Copom de manter a taxa de juros dividiu a opinião da indústria e do comércio e foi criticada pelas centrais sindicais. Para a indústria, a medida não favorece a economia do país, em meio a uma crise financeira internacional.

A Fiesp (federação das indústrias paulistas) ressaltou que, enquanto nos EUA os juros tiveram queda de 1,5% para 1% ao ano e os bancos centrais de todo o mundo sinalizam para o corte da taxa, o Brasil não agiu na mesma direção.

Em nota, a Fiesp afirma que, em abril deste ano, o Copom iniciou um processo de aumento da Selic, para encarecer o crédito e não deixar que o possível aquecimento da economia pudesse trazer aumento da inflação. "Essa intenção vai em sentido oposto à pretendida pelo mundo no atual cenário econômico."

Para a Associação Comercial de São Paulo, a decisão "decepcionou o lado real da economia". Alencar Burti, presidente da entidade, diz que os empresários esperavam corte da taxa, "tendo em vista a forte retração do crédito, o aumento dos juros e a redução de prazos de financiamento, que vêm afetando as vendas do varejo, provocando redução da produção e de horas trabalhadas em muitos segmentos".

Armando Monteiro Neto, presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI) classificou a decisão de interromper o ciclo de elevação dos juros como "sensata". "Reduzir os compulsórios, liberar recursos para o sistema interbancário e interromper o ciclo de alta dos juros são ações corretas que buscam diminuir os impactos do empoçamento de liquidez", avaliou. "Mas essas medidas podem não ser suficientes."

Para a Força Sindical, a decisão reflete a "insensatez" da equipe econômica e vai penalizar os trabalhadores. "Essa medida é perversa e frustra os trabalhadores, que esperavam não ser novamente punidos pelos tecnocratas do governo", avalia Paulo Pereira da Silva, presidente da central.

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