O G-7 (grupo que reúne EUA, Reino Unido, Alemanha, França, Itália, Japão e Canadá) se esforçou na terça-feira (12), sem sucesso, para esfriar a crescente tensão internacional em relação à chamada guerra cambial, declarando que o grupo não apoia políticas monetárias e fiscais direcionadas à desvalorização do câmbio, como forma de estimular a recuperação econômica. A intervenção no mercado cambial preocupa não apenas pelo desequilíbrio que gera no comércio mundial, mas também pela volatilidade nos fluxos de investimentos financeiros. Este será o tema principal da reunião de ministros de Finanças e presidentes de bancos centrais do G-20 (grupo das 20 maiores economias do mundo), a partir da próxima sexta-feira (15), em Moscou.

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"Reafirmamos que nossas políticas fiscais e monetárias têm sido e continuarão orientadas ao encontro de nossos respectivos objetivos domésticos, usando instrumentos domésticos; e não miramos as taxas de câmbio", afirma a declaração, divulgada pelo governo britânico, presidente temporário do fórum do G-8 (G-7 mais a Rússia) este ano.

O ministro de Finanças do Japão, Taro Aso, afirmou que a nota significava o reconhecimento de que as medidas monetárias do Japão não estavam voltadas para afetar os mercados de câmbio mundiais.

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"Foi significativo para nós que (o G-7) reconheça de forma apropriada que os passos que estamos adotando para combater a deflação não visam à afetar os mercados internacionais de câmbio", disse o ministro.

Iene será foco do G-20

O tom ambíguo da nota e a declaração de Aso foram interpretadas pelo mercado como um endosso do G-7 às medidas agressivas de expansão monetária do governo do Japão, que vêm desvalorizando sistematicamente o iene, suscitando críticas de manipulação da taxa de câmbio. Porém, a reação do mercado levou uma fonte graduada de um dos países do G-7 a dizer que o grupo está, de fato, preocupado com a "direção unilateral dada ao iene".

"A declaração do G-7 revelou preocupação sobre o excesso de volatilidade do iene", afirmou a fonte. "O G-7 está preocupado com a direção unilateral dada ao iene. O Japão será o centro das atenções na reunião do G-20".

O comentário - visando a esclarecer a nota do G-7 - acabou, por sua vez, por provocar uma forte alta do iene frente ao dólar e ao euro.

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O dólar perdeu 0,8% frente à moeda japonesa, a 93,51 ienes; e o euro, 0,5%, a 125,77 ienes. Na segunda-feira, o dólar havia se valorizado a 94,42 ienes, a maior alta desde maio de 2010.

"Considerando-se a informação de que o G-20 vai buscar 'acalmar' os mercados com relação à discussão sobre guerras cambiais, a primeira tentativa de fazer isso hoje (ontem) foi um retumbante fracasso", avaliou Richard Gilhooly, analista da TD Securities, em Nova York.

"Em vez de acalmar os mercados, a nota confusa aumentou de forma significativa a volatilidade e agora temos que aguardar o resultado da reunião do G-20 no fim de semana".