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Estiagem

Decretos são esperança para economia local

Aparecido Fingerconfere a lavoura com o técnico da Emater: “Não vai ser dessa vez que vou conseguir fazer economia” |
Aparecido Fingerconfere a lavoura com o técnico da Emater: “Não vai ser dessa vez que vou conseguir fazer economia” (Foto: )

Por conta dos estragos causados pela estiagem prolongada nas lavouras de soja e milho, prefeitos da Região Centro-Oeste do estado veem no decreto de situação de emergência uma saída para amenizar os prejuízos de municípios que sobrevivem quase exclusivamente da agricultura. Desde o início da semana, na região, pelo menos dois prefeitos já decretaram o estado de emergência – de Peabiru e Engenheiro Beltrão.

Elias Lima (PR), prefeito de Engenheiro Beltrão, acredita que 50% da produção de soja e 60% das lavouras de milho foram perdidas com a seca. Ele decretou estado de emergência terça-feira. "Não chove forte no município desde novembro, e isso prejudicou as lavouras de soja e milho", alega. Ele diz que a situação pode se agravar. "Essa chuva dos últimos dias poderá aumentar esses números por conta da ferrugem asiática. O agricultor vai ter de ficar mais atento."

Conforme Lima, a previsão dos produtores era colher 1,4 milhão de sacas de soja, produto com a maior área de plantio no município. Mas, por causa da seca, a produção deve cair para cerca de 700 mil sacas. "O município deverá ter um prejuízo com redução na arrecadação de R$ 1,3 milhão até 2010. A entrada de créditos especiais na agricultura vai também aliviar a situação dos empresários locais", defende.

O agricultor Odair Candido da Silva, de 40 anos, não sabe como vai pagar as dívidas por conta de "perdas de 90%" na lavoura de soja. "A situação da lavoura está uma calamidade. A chuva destes últimos dias não resolve mais nada", lamenta. Ele plantou 12 hectares de soja.

Já o produtor João de Freitas, de 41 anos, que plantou 15 hectares e acredita ter perdido cerca de 70% da produção, tinha esperança de pagar dívidas antigas com a super colheita prevista antes da estiagem. "Adubei mais para ter uma boa produção, mas não resolveu muito, a seca estragou os planos." Freitas espera recuperar parte do investimento com o Programa de Garantia da Atividade Agropecuária (Proagro).

O agricultor Antônio Finger e o filho Aparecido Edimar Finger plantaram 11 alqueires de soja e tinham expectativa de colher uma média de 130 sacas de soja para pagar o arrendamento. "Não vai ser dessa vez que vou conseguir fazer economia. É mais um ano de prejuízos", disse o pai.

De acordo com a Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento (Seab), o Centro-Oeste cultivou 562 mil hectares de soja, 55 mil hectares de milho e tinha a estimativa de colher 1,7 milhão de toneladas. As perdas podem chegar a 50% e 60%, respectivamente. "O agricultor vai ganhar mais em virtude do aumento de 13,8% no preço da soja e 13,4% no milho", pondera o chefe regional interino da Seab, Gualberto Célio Pinto.

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