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O preço da gasolina vendida nas refinarias do Brasil está em média 18% inferior ao praticado no mercado internacional. A defasagem média do óleo diesel é de 16%. Os dados são do relatório diário da Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis (Abicom) divulgado nesta terça-feira (2).
A diferença de preços é impulsionada pela valorização do dólar e pela alta na cotação do petróleo. Em 2024, a moeda norte-americana acumula alta de 16,8%.
A divisa bateu R$ 5,66 na sessão desta tarde em meio a tensões no cenário econômico no exterior e novas criticas do presidente Lula (PT) ao Banco Central.
Segundo o relatório, a "oferta apertada" de petróleo segue "pressionando os preços futuros". "No momento, futuros do brent são negociados acima dos U$86/bbl", disse a Abicom.
PPI x Preço doméstico
A Abicom calcula a defasagem comparando preço de paridade de importação (PPI) com o preço praticado no país. O PPI leva em conta os valores para gasolina, óleo diesel, câmbio, RVO e frete marítimo nas cotações, considerando os fechamentos do mercado no dia anterior.
Nas refinarias da Petrobras, a defasagem média da gasolina do tipo A atingiu 19% na comparação com o mercado internacional. Neste caso, a Abicom considera a diferença de preço praticado nos cinco polos da petroleira: Itaqui (19%), Suape (19%), Paulínia (21%), Araucária (21%) e Itacoatiara (17%).
A Acelen, dona da refinaria de Mataripe, localizada em São Francisco do Conde (BA), segurou a defasagem ao praticar preços mais próximos da média internacional. Com isso, a diferença de preço em comparação com o mercado externo na refinaria da Acelen foi de 9% para a gasolina e para o diesel.
Petrobras não reajustou combustíveis em 2024
A Petrobras não reajusta o preço da gasolina desde outubro de 2023. Já o preço do diesel não é alterado desde dezembro do ano passado.
Em maio de 2023, a companhia anunciou uma nova estratégia de preços para a gasolina e o diesel, pondo fim ao regime de preço de paridade de importação (PPI) que foi criado no governo de Michel Temer (MDB) e estava em vigor desde 2016.
A estatal informou que os reajustes dos combustíveis serão feitos sem periodicidade definida, "evitando o repasse para os preços internos da volatilidade conjuntural das cotações internacionais e da taxa de câmbio".