O déficit comercial dos EUA em julho registrou a maior retração em quase dois anos e meio, com as exportações subindo para um nível recorde e as importações recuando, devido à queda nos preços do petróleo.
O déficit dos EUA no comércio internacional de bens e serviços recuou 13,1% em julho, para US$ 44,81 bilhões, do déficit revisado de junho de US$ 51,57 bilhões, segundo informou o Departamento de Comércio. Economistas ouvidos pela Dow Jones esperavam déficit de US$ 51,0 bilhões em julho.
Embora o déficit em junho tenha sido revisto para baixo, da estimativa inicial de US$ 53,07 bilhões, ele ainda é o maior em dois anos e meio.
O déficit comercial real dos EUA, ou seja, ajustado pela inflação, foi de US$ 45,28 bilhões em julho, de US$ 50,31 bilhões no mês anterior. Esse dado é utilizado pelos economistas para calcular o impacto do comércio externo no Produto Interno Bruto (PIB). Sem levar em conta a inflação, as exportações cresceram 3,6%, para US$ 178,04 bilhões, enquanto as importações recuaram 0,2%, para US$ 222,84 bilhões.
A forte queda no déficit de julho - a maior desde fevereiro de 2009 - se deve, em parte, à redução nos preços do petróleo. Na Bolsa Mercantil de Nova York (Nymex, na sigla em inglês), o barril fechou recentemente abaixo de US$ 90, em meio aos receios com uma desaceleração econômica global. As importações dos EUA de petróleo bruto caíram para US$ 31,45 bilhões ante o mês anterior. Em termos de volume, as importações recuaram para 281 1 milhões de barris, de 296,7 milhões de barris. As importações no setor de energia como um todo somaram US$ 37,17 bilhões, de US$ 39,38 bilhões.
O déficit comercial dos EUA com a China aumentou para o maior nível desde setembro do ano passado, subindo 1,1%, para US$ 26 96 bilhões em julho. As exportações para os chineses, que são o segundo maior parceiro comercial dos norte-americanos, avançaram 5,7%, para US$ 8,17 bilhões, enquanto as importações cresceram 2 1%, para US$ 35,13 bilhões.
As exportações norte-americanas de veículos e autopeças atingiram um novo recorde em julho, somando US$ 12,09 bilhões. As vendas externas de bens de capital também bateram recorde, a US$ 42,09 bilhões, com avanço nas vendas de equipamentos de telecomunicações e aeronaves. Sem levar em conta os derivados de petróleo, as importações de bens de capital atingiram o recorde de US$ 43,26 bilhões.