O déficit comercial dos Estados Unidos subiu 19% em junho, para US$ 49,90 bilhões, marcando uma máxima recorde em 21 meses, segundo informou hoje o Departamento de Comércio.
O déficit em maio foi revisado para US$ 41,98 bilhões. Originalmente, o déficit de maio havia sido calculado em US$ 42,27 bilhões. O resultado de junho foi maior que a média das previsões dos economistas, que esperavam um déficit de US$ 42,7 bilhões.
As exportações dos EUA caíram 1,3% em junho, para US$ 150,45 bilhões, ante os US$ 152,44 bilhões de maio. Já as importações aumentaram 3,1%, para US$ 200,35 bilhões, ante os US$ 194,42 bilhões do mês anterior. O déficit real (descontada a inflação), que os economistas usam para medir o impacto do comércio exterior no Produto Interno Bruto (PIB), subiu para US$ 54,14 bilhões em junho, ante US$ 45,99 bilhões em maio.
As importações de produtos de consumo avançaram 7,8%, conduzidas pelas compras de produtos farmacêuticos e de limpeza. Já as importações de automóveis subiram 6,6%, enquanto as de bens de capital aumentaram 1,2%. Em valor, as importações de petróleo subiram para US$ 22,60 bilhões em junho, de US$ 21,54 bilhões em maio. O preço médio do barril caiu cerca de 6% (ou US$ 4,49), para US$ 72,44. Em volume, a importação de petróleo cresceu em 32 milhões de barris, para 311,93 milhões de barris.
Os EUA pagaram US$ 28,02 bilhões por todos os tipos de produtos ligados ao setor de energia em junho, ante US$ 27,60 bilhões em maio. As importações de produtos de consumo fabricados no exterior, como itens farmacêuticos, brinquedos e roupas subiram em US$ 3,1 bilhões. As importações de autopeças cresceram em US$ 1,29 bilhão, enquanto as de bens de capital fabricados fora do país, como computadores, avançaram US$ 462 milhões. As importações de alimentos e de ração para animais aumentaram em US$ 33 milhões.
As importações de suprimentos industriais recuaram em US$ 186 milhões em junho. As exportações dos EUA de bens de capital caíram em US$ 1,43 bilhão. Os embarques de suprimentos industriais, como óleo combustível, diminuíram em US$ 1,01 bilhão. Já as exportações de bens de consumo aumentaram levemente em US$ 123 milhões em junho, enquanto as de automóveis cresceram em US$ 233 milhões. As exportações de alimentos, ração animal e bebidas recuaram em US$ 310 milhões.
China
O déficit comercial dos Estados Unidos com a China ampliou-se para US$ 26,15 bilhões em junho, o maior nível desde outubro de 2008 e 17% acima do déficit de US$ 22,28 bilhões de maio. O dado deve oferecer mais munição aos legisladores norte-americanos, que pressionam a administração Obama para que exija da China mudança em sua política de câmbio.
Embora a China tenha anunciado no começo do ano movimento em direção à flexibilização do câmbio, os legisladores dizem que o yuan continua sendo mantido artificialmente em baixa em relação ao dólar, prejudicando a competitividade norte-americana. Os legisladores ameaçam aprovar leis de retaliação que podem penalizar as importações de países que demonstrem manipular sua moeda.
O déficit comercial com outros parceiros também subiu. O déficit com a União Europeia avançou 26% em julho para US$ 7,76 bilhões e o déficit comercial com o Japão avançou 45% para US$ 5,25 bilhões. O déficit comercial com o México subiu para US$ 6,21 bilhões e o déficit com o Canadá avançou para US$ 2,58 bilhões.
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